São Paulo, sábado, 20 de abril de 2002

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Mercado editorial fatura mais, mas desempenho das vendas cai

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

O mercado editorial brasileiro ganhou mais dinheiro no ano passado sem que o número de exemplares vendidos aumentasse. É o que aponta a mais recente pesquisa sobre o setor, constatando queda de 10% no número de exemplares comercializados e aumento de mesmo índice no faturamento das editoras.
O estudo mostra que o turbulento cenário econômico de 2001 tirou os livros da lista de compras de muitos brasileiros. A subida dos valores de insumos cotados em dólar encareceu o custo dos exemplares para o consumidor.
Além disso, segundo o presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Raul Wasserman, as editoras priorizaram lançamentos mais luxuosos e, consequentemente, de preço mais elevado.
"Não sei se foi uma política deliberada. Porém, essa faixa de consumidor compra livros regularmente e acaba representando mais segurança para a empresa."
O faturamento das editoras atingiu R$ 2,26 bilhões, mas a marca é relativizada ao considerar que a quantia representa um crescimento do setor de 0,5% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Outro dado que a pesquisa revela é que as compras pela internet continuam tímidas, não atingindo 1% de participação. Para ter uma idéia, as tradicionais vendas porta a porta têm fatia de 3%.
"Muitas vezes as pessoas vão a um site, checam as ofertas e acabam comprando nas lojas", diz Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), entidade que promoveu o estudo juntamente com a CBL. "A principal função da internet é a divulgação."
Para Raul Wasserman, este ano aparentemente será melhor do que 2001, pois é previsto um aumento de gastos governamentais na área de livros didáticos. "Esse setor representa 55% do mercado total. Então, qualquer alteração aí reflete no quadro geral", afirma.
Rocco concorda com os prognósticos otimistas, mas diz que "2002 é ano de eleições e, além disso, qualquer ataque terrorista pode mudar tudo".



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