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Mercado editorial fatura mais,
mas desempenho das vendas cai
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
O mercado editorial brasileiro
ganhou mais dinheiro no ano
passado sem que o número de
exemplares vendidos aumentasse. É o que aponta a mais recente
pesquisa sobre o setor, constatando queda de 10% no número de
exemplares comercializados e aumento de mesmo índice no faturamento das editoras.
O estudo mostra que o turbulento cenário econômico de 2001
tirou os livros da lista de compras
de muitos brasileiros. A subida
dos valores de insumos cotados
em dólar encareceu o custo dos
exemplares para o consumidor.
Além disso, segundo o presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Raul Wasserman, as
editoras priorizaram lançamentos mais luxuosos e, consequentemente, de preço mais elevado.
"Não sei se foi uma política deliberada. Porém, essa faixa de consumidor compra livros regularmente e acaba representando
mais segurança para a empresa."
O faturamento das editoras
atingiu R$ 2,26 bilhões, mas a
marca é relativizada ao considerar
que a quantia representa um crescimento do setor de 0,5% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Outro dado que a pesquisa revela é que as compras pela internet
continuam tímidas, não atingindo 1% de participação. Para ter
uma idéia, as tradicionais vendas
porta a porta têm fatia de 3%.
"Muitas vezes as pessoas vão a
um site, checam as ofertas e acabam comprando nas lojas", diz
Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), entidade que promoveu o estudo juntamente com a
CBL. "A principal função da internet é a divulgação."
Para Raul Wasserman, este ano
aparentemente será melhor do
que 2001, pois é previsto um aumento de gastos governamentais
na área de livros didáticos. "Esse
setor representa 55% do mercado
total. Então, qualquer alteração aí
reflete no quadro geral", afirma.
Rocco concorda com os prognósticos otimistas, mas diz que
"2002 é ano de eleições e, além
disso, qualquer ataque terrorista
pode mudar tudo".
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