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Veteranos dominam 18º Prêmio Shell
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A divulgação dos vencedores da
18ª edição do Prêmio Shell, anteontem, colocou três veteranos à
frente da produção teatral de
2005. Rodolfo García Vázquez,
um dos fundadores do grupo
Satyros, foi premiado pela direção
de "A Vida na Praça Roosevelt";
Denise Weinberg e Norival Rizzo
foram escolhidos pela atuação em
"Oração para um Pé-de-Chinelo", peça de Plínio Marcos com direção de Alexandre Reinecke
-motivo de surpresas, pois raramente o Shell premia dois atores
de um mesmo espetáculo.
Mas também houve a confirmação de que esse mesmo cenário
paulistano produz boas novidades. O jovem grupo espanca! teve
"Por Elise" (texto e direção de
Grace Passô) premiado na categoria de melhor autor. O primeiro
trabalho da companhia, que estreou no Festival de Curitiba, tinha uma inesperada ambientação
sob um abacateiro.
Depois vieram outros veteranos: Osvaldo Gabrieli, um dos
fundadores do grupo XPTO, venceu pela concepção do cenário de
"Os Sertões - A Luta: Primeira
Parte", do Teatro Oficina, que
concorria ainda nas categorias
iluminação (Marcelo Drummond) e especial, pela direção de
cenas de Elisete Jeremias, que acabou faturando um troféu. Claudia
Schapira ganhou melhor figurino
por "O que Eu Entendi do que o
Tom Zé Disse"; Beto Bruel, como
iluminador de "Avenida Dropsie", e Dagoberto Feliz, pela música de "El Dia que me Quieras", do
grupo Folias d'Arte, com canções
de Carlos Gardel.
A premiação, conduzida por
Beth Goulart, não durou mais de
40 minutos. Norival Rizzo fez discurso sobre a profissão de ator:
"Somos um bando de fodidos que
têm de trabalhar muito, em outras atividades até, para poder fazer o que a gente gosta".
Vázquez falou sobre ameaças
que o grupo Satyros recebera por
telefone no ano passado: "Um banho de sangue" aconteceria na
porta do teatro, na praça Roosevelt, caso a companhia não interrompesse o seu trabalho, atrapalhando outras atividades, decerto
obscuras. "Numa conversa com o
elenco da peça, todos decidiram
por continuar", disse o diretor.
O Prêmio Shell ainda prestou
homenagem ao ator Gianfrancesco Guarnieri, que não estava presente, mas foi representado por
seu filho, o ator Flávio Guarnieri.
Criado em 1989, o Shell é um
dos principais eventos do cenário
das artes cênicas e destaca profissionais do Rio e de São Paulo, em
premiações separadas. Os vencedores receberam uma escultura
de metal em forma de uma concha dourada, desenhada pelo artista plástico Domenico Calabroni, além de R$ 8.000.
O júri é composto por cinco nomes: o jornalista da Folha Valmir
Santos, o jornalista e pesquisador
Kil Abreu, a crítica Maria Lúcia
Candeias, a pesquisadora e dramaturgista Silvana Garcia e a jornalista Marici Salomão.
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