São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Veteranos dominam 18º Prêmio Shell

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A divulgação dos vencedores da 18ª edição do Prêmio Shell, anteontem, colocou três veteranos à frente da produção teatral de 2005. Rodolfo García Vázquez, um dos fundadores do grupo Satyros, foi premiado pela direção de "A Vida na Praça Roosevelt"; Denise Weinberg e Norival Rizzo foram escolhidos pela atuação em "Oração para um Pé-de-Chinelo", peça de Plínio Marcos com direção de Alexandre Reinecke -motivo de surpresas, pois raramente o Shell premia dois atores de um mesmo espetáculo.
Mas também houve a confirmação de que esse mesmo cenário paulistano produz boas novidades. O jovem grupo espanca! teve "Por Elise" (texto e direção de Grace Passô) premiado na categoria de melhor autor. O primeiro trabalho da companhia, que estreou no Festival de Curitiba, tinha uma inesperada ambientação sob um abacateiro.
Depois vieram outros veteranos: Osvaldo Gabrieli, um dos fundadores do grupo XPTO, venceu pela concepção do cenário de "Os Sertões - A Luta: Primeira Parte", do Teatro Oficina, que concorria ainda nas categorias iluminação (Marcelo Drummond) e especial, pela direção de cenas de Elisete Jeremias, que acabou faturando um troféu. Claudia Schapira ganhou melhor figurino por "O que Eu Entendi do que o Tom Zé Disse"; Beto Bruel, como iluminador de "Avenida Dropsie", e Dagoberto Feliz, pela música de "El Dia que me Quieras", do grupo Folias d'Arte, com canções de Carlos Gardel.
A premiação, conduzida por Beth Goulart, não durou mais de 40 minutos. Norival Rizzo fez discurso sobre a profissão de ator: "Somos um bando de fodidos que têm de trabalhar muito, em outras atividades até, para poder fazer o que a gente gosta".
Vázquez falou sobre ameaças que o grupo Satyros recebera por telefone no ano passado: "Um banho de sangue" aconteceria na porta do teatro, na praça Roosevelt, caso a companhia não interrompesse o seu trabalho, atrapalhando outras atividades, decerto obscuras. "Numa conversa com o elenco da peça, todos decidiram por continuar", disse o diretor.
O Prêmio Shell ainda prestou homenagem ao ator Gianfrancesco Guarnieri, que não estava presente, mas foi representado por seu filho, o ator Flávio Guarnieri.
Criado em 1989, o Shell é um dos principais eventos do cenário das artes cênicas e destaca profissionais do Rio e de São Paulo, em premiações separadas. Os vencedores receberam uma escultura de metal em forma de uma concha dourada, desenhada pelo artista plástico Domenico Calabroni, além de R$ 8.000.
O júri é composto por cinco nomes: o jornalista da Folha Valmir Santos, o jornalista e pesquisador Kil Abreu, a crítica Maria Lúcia Candeias, a pesquisadora e dramaturgista Silvana Garcia e a jornalista Marici Salomão.


Texto Anterior: Tusp recebe produções mais recentes da ECA
Próximo Texto: Evento: Prefeitura antecipa nova edição da Virada Cultural para fugir da chuva
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.