São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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3º fascículo da Coleção Folha enfoca Da Vinci

Volume poderá ser adquirido em bancas neste domingo; renascentista foi "copiado" por Warhol, Dalí e Duchamp

Tese mais aceita defende que Monalisa seria mulher de Francesco del Giocondo; corrente alternativa sugere um auto-retrato do pintor


DA REPORTAGEM LOCAL

Ela foi tema de canções entoadas por Nat King Cole e Elton John, copiada em obras de diversos artistas, como Marcel Duchamp, Andy Warhol, Salvador Dalí e o brasileiro Nelson Leirner, e é a mais popular obra de arte da história.
"A Gioconda" ou "Monalisa" (1503-1506), de Leonardo Da Vinci, é uma das 24 obras analisadas no fascículo da Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura dedicado ao renascentista -nas bancas neste domingo.
Por sua popularidade (e sorriso enigmático), "Monalisa" é uma das obras mais estudadas e cuja concepção tem mais versões. A mais aceita, que consta da coleção e se baseia em Giorgio Vasari, historiador de arte do período, é que a pintura retrata a mulher de Francesco del Giocondo, daí "A Gioconda".
Envolvida em situações conturbadas, a popularidade da obra se deve não só às suas próprias qualidades -marcadas pelo sutil sombreado, no estilo "sfumato" do artista, que dão ao quadro um efeito plástico-, mas também à sua história.
A obra teria sido levada da Itália para a França pelo próprio Da Vinci em 1516, quando ele foi convidado pelo rei Francisco 1º para trabalhar em sua corte. O rei teria então comprado a pintura, que era exibida em Fontainebleau e, depois, em Versalhes. Só após a Revolução Francesa, em 1789, é que ela foi para o Museu do Louvre.
Mas nem sempre a "Monalisa" ficou no Louvre. Napoleão Bonaparte chegou a tê-la em seus aposentos. Em 1911, a obra foi roubada do museu. Até Pablo Picasso foi interrogado e preso por conta do roubo, que fora realizado por um ex-funcionário do Louvre, Vincenzo Peruggia. Ele levou a obra para a Itália por acreditar que ela havia sido roubada pelas tropas de Bonaparte. Só dois anos depois a "Monalisa" voltou ao museu.
A tela sofreu dois atentados. Por isso, hoje está protegida por um vidro. Em 1962, ao ser emprestada para uma mostra em Nova York, foi avaliada em US$ 100 milhões -recorde para o seguro de uma obra de arte.
Dentre as distintas versões para a criação, a cientista Lillian Schwartz, dos Laboratórios Bell, defende que a "Monalisa" é, na verdade, um auto-retrato de Leonardo (vestido de mulher). Tal teoria está fundamentada na análise digital das características faciais do rosto de Leonardo e dos traços da modelo. Comparando um auto-retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se um alinhamento dos rostos.
Já o historiador Maike Vogt-Lüerssen afirma que o sorriso é de Isabel de Aragão, duquesa de Milão. Sua tese é que o padrão do vestido verde escuro indica que a modelo é um membro da casa Visconti-Sforza. Mas o fato é que a "Monalisa" segue como símbolo da virtude triunfante sobre o tempo e imagem da mulher virtuosa.


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