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3º fascículo da Coleção Folha enfoca Da Vinci
Volume poderá ser adquirido em bancas neste domingo; renascentista foi "copiado" por Warhol, Dalí e Duchamp
Tese mais aceita defende que Monalisa seria mulher de Francesco del Giocondo; corrente alternativa sugere um auto-retrato do pintor
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela foi tema de canções entoadas por Nat King Cole e Elton John, copiada em obras de
diversos artistas, como Marcel
Duchamp, Andy Warhol, Salvador Dalí e o brasileiro Nelson
Leirner, e é a mais popular obra
de arte da história.
"A Gioconda" ou "Monalisa"
(1503-1506), de Leonardo Da
Vinci, é uma das 24 obras analisadas no fascículo da Coleção
Folha Grandes Mestres da Pintura dedicado ao renascentista
-nas bancas neste domingo.
Por sua popularidade (e sorriso enigmático), "Monalisa" é
uma das obras mais estudadas e
cuja concepção tem mais versões. A mais aceita, que consta
da coleção e se baseia em Giorgio Vasari, historiador de arte
do período, é que a pintura retrata a mulher de Francesco del
Giocondo, daí "A Gioconda".
Envolvida em situações conturbadas, a popularidade da
obra se deve não só às suas próprias qualidades -marcadas
pelo sutil sombreado, no estilo
"sfumato" do artista, que dão
ao quadro um efeito plástico-,
mas também à sua história.
A obra teria sido levada da
Itália para a França pelo próprio Da Vinci em 1516, quando
ele foi convidado pelo rei Francisco 1º para trabalhar em sua
corte. O rei teria então comprado a pintura, que era exibida
em Fontainebleau e, depois,
em Versalhes. Só após a Revolução Francesa, em 1789, é que
ela foi para o Museu do Louvre.
Mas nem sempre a "Monalisa" ficou no Louvre. Napoleão
Bonaparte chegou a tê-la em
seus aposentos. Em 1911, a obra
foi roubada do museu. Até Pablo Picasso foi interrogado e
preso por conta do roubo, que
fora realizado por um ex-funcionário do Louvre, Vincenzo
Peruggia. Ele levou a obra para
a Itália por acreditar que ela havia sido roubada pelas tropas de
Bonaparte. Só dois anos depois
a "Monalisa" voltou ao museu.
A tela sofreu dois atentados.
Por isso, hoje está protegida
por um vidro. Em 1962, ao ser
emprestada para uma mostra
em Nova York, foi avaliada em
US$ 100 milhões -recorde para o seguro de uma obra de arte.
Dentre as distintas versões
para a criação, a cientista Lillian Schwartz, dos Laboratórios Bell, defende que a "Monalisa" é, na verdade, um auto-retrato de Leonardo (vestido de
mulher). Tal teoria está fundamentada na análise digital das
características faciais do rosto
de Leonardo e dos traços da
modelo. Comparando um auto-retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se um
alinhamento dos rostos.
Já o historiador Maike Vogt-Lüerssen afirma que o sorriso é
de Isabel de Aragão, duquesa de
Milão. Sua tese é que o padrão
do vestido verde escuro indica
que a modelo é um membro da
casa Visconti-Sforza. Mas o fato é que a "Monalisa" segue como símbolo da virtude triunfante sobre o tempo e imagem
da mulher virtuosa.
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