São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CDs

MPB/Jazz
Canções do Amor de Iguais
LEILA MARIA
Gravadora:
Deckdisc; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: bom
Nesse álbum conceitual, que reúne 13 canções ligadas ao universo gay, a cantora carioca demonstra sua versatilidade, interpretando um repertório eclético, que vai da música brasileira ao jazz, passando pelo pop. Com um belo timbre vocal de contralto, Leila exibe versões de "Ilusão à Toa" (Johnny Alf), "Mar e Lua" (Chico Buarque), "Mapa-Múndi" (Marina Lima e Antonio Cícero), "Lush Life" (Billy Strayhorn) e "All of You" (Cole Porter). De essência jazzística, os arranjos são tingidos por pinceladas eletrônicas.
POR QUE OUVIR: Para apreciar o talento de uma cantora que só os cariocas conhecem, por enquanto. Se vivesse nos EUA, Leila Maria já poderia ter se consagrado como uma diva do jazz. (CARLOS CALADO)

Pop
Undiscovered
JAMES MORRISON
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 24, em média; Avaliação: bom
Os britânicos têm, não é de hoje, certa fascinação pela música folk e popular americana. Daí podem nascer aberrações, mas, de vez em quando, um cantor e compositor inspirado, como é o caso de James Morrison, 23 incompletos, desponta em cena. Bebendo em fontes diversas, como Cat Stevens e Jimmy Hendrix, o artista é uma espécie de "James Blunt do bem", que mostra reverência aos mestres do soul, mas faz concessões ao pop. Morrison alinha-se ao excelente David Gray pelo talento para criar hits de qualidade. "Wonderful World" e "One Last Chance" merecem competir com clássicos de feras como Al Green e Otis Reding.
POR QUE OUVIR: Por que nem sempre o novo precisa ser tão novo assim para apontar caminhos inusitados. Ouça "If the Rain Must Fell", para deixar Chris Martin, do Coldplay, pelo menos, envergonhado. (SYLVIA COLOMBO)

Pop
+ Novo de Novo
MOSKA
Gravadora:
Casulo/Som Livre; Quanto: R$ 33; Avaliação: bom
Em seu primeiro DVD, Moska fugiu da mesmice do formato e não se limitou a registrar um show, o que é ótimo. Mas fez quase um longa-metragem (o produto dura uma hora e meia) sem ter tanta variação de temas a justificar, o que acaba resultando em algo não tão bom. Os distorcidos auto-retratos fotográficos e a história de uma música de que ele não se lembra (revelada no final) cansam o espectador. Mas a opção de Moska é corajosa e merece ser louvada, juntamente com as participações de Jorge Drexler e Mart'nália e com composições como "Lágrimas de Diamantes", "Sem Dizer Adeus", "O Bilhete no Fim" e "Relampiano". A banda é outro de seus trunfos.
POR QUE VER: Moska é um bom intérprete das próprias músicas, e suas experiências visuais driblam o banal. (LFV)

Rock
Los Porongas
LOS PORONGAS
Gravadora:
Senhor F (www.senhorf.com.br); Quanto: R$ 20; Avaliação: bom
Los Porongas é um quarteto saído de um lugar não muito presente no cenário pop: o Estado do Acre. Neste primeiro álbum, o grupo contratou Philippe Seabra (Plebe Rude) como produtor. A banda destaca-se pela produção cuidadosa e pela mistura sonora, que lembra um pouco as experimentações dos pernambucanos da Nação Zumbi ("Não Há"), o peso das guitarras do Queens of the Stone Age ("Subvertigem") e o psicodelismo ("Tudo ao Contrário"). Registre-se também a preocupação com a melodia.
POR QUE OUVIR: É um disco variado e diferente, que foge da mesmice roqueira. (THIAGO NEY)

Rock
Invisível DJ
IRA!
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 30; Avaliação: regular
Outro dia, em conversa com amigos, surgiu o termo "rock honesto". Rock honesto é eufemismo para um grupo "legalzinho" -não que seja ruim, mas que é apenas igual a milhares de outros que existem por aí. Este novo álbum do Ira! pode ser dividido em duas partes: uma de rock honesto, outra de canções pop. É quando envereda por esta segunda faceta que o disco cresce. As melhores canções do Ira! sempre puxavam mais para o pop, para o pós-punk dos 80, do que para as guitarras roqueiras. Aqui, isso é visto em ótimas faixas como a sessentista "Mariana Foi pro Mar", levada por violão; na balada "Culto de Amor" e no cover "Feito Gente", de Walter Franco.
POR QUE OUVIR: Após um acústico e um disco de covers, o Ira! reaparece com um disco às vezes honesto, às vezes muito bom. (TN)

Samba
Duetos - É Isso que Eu Mereço
JOVELINA PÉROLA NEGRA E OUTROS
Gravadora:
Som Livre; Quanto: R$ 18, em média; Avaliação: regular
Grande cantora e improvisadora, Jovelina Pérola Negra (1944-1998) estourou com o chamado pagode, nos idos da década de 80, e depois voltou aos fundos de quintal sem a atenção da mídia. Neste sentido, é muito bom um CD recuperar e rearranjar 14 de suas gravações. Mas a opção pelos duetos póstumos, ainda que compreensível do ponto de vista puramente comercial, torna tudo um tanto falso, homenagem legítima, entretanto com pouca vida. O pot-pourri dividido com os amigos Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz, "Catatau" (com Marcelo D2) e "O Dia se Zangou" (com Jorge Aragão), são bons momentos.
POR QUE OUVIR: Expressiva e sincera, a voz de Jovelina não merece ser esquecida. (LFV)


Texto Anterior: Adb Al Malik faz revolução com poesia
Próximo Texto: 3º fascículo da Coleção Folha enfoca Da Vinci
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.