São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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De mudança para Hollywood, "Nip/Tuck" faz sátira de si mesmo

Quinta temporada da série sobre cirurgia plástica estréia nesta semana, na Fox

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Sensação da hora na TV norte-americana, a sátira ao culto às aparências hollywoodiano acaba de ganhar mais uma adepta: a série "Nip/ Tuck".
Na quinta temporada, que estréia na próxima quarta-feira na Fox, os cirurgiões plásticos Christian Troy e Sean McNamara trocam Miami por Los Angeles e juntam-se ao cordão de "Dirt", "Extras", "Entourage" e cia.
"Tiramos um sarro com Los Angeles, a indústria e nosso próprio programa", adianta a atriz Kelly Carlson, que encarna a ex-atriz pornô Kimber e veio ao Brasil badalar o programa. "E temos uma inversão de papéis entre Sean, que fica famoso com sua participação na série médica "Corações e Bisturis", e Christian, relegado ao segundo plano e acossado por sua vaidade. Além disso, Christian e [a ex-mulher de Sean] Julia ficam juntos por um tempo e ela se envolve com uma mulher."
Para Kimber (que já foi desfigurada por um serial killer, serviu de molde a uma boneca adaptada ao "entretenimento" masculino e teve uma fase cocainômana), o ano cinco reserva mais dramas: ela ficará viciada em metanfetamina.
"Claro que não me aproximo dela pelas escolhas que faz quanto a drogas e sexo. Tento achar uma ligação no nível emocional, no que diz respeito aos relacionamentos, que são sua motivação para viver. E é por isso que as mulheres se identificam tanto com Kimber: ela é muito franca no que diz respeito a suas inseguranças e seus sentimentos", diz Carlson.
Sincera também é a atriz quanto a suas aspirações nos palcos, espaço tido como escola de interpretação. "No nosso negócio, é melhor ter feito teatro, porque as pessoas tendem a respeitar mais. Mas, devo dizer, eu odeio aquilo, não quero estar lá, tampouco consigo assistir."

Roteiro sobre Polanski
Longe das próteses de silicone e seringas de botox de "Nip/ Tuck", ela é roteirista diletante. "Escrevi o argumento de um filme sobre a relação da atriz Sharon Tate [morta em 1969 por um maníaco] com [o cineasta] Roman Polanski. Eram a síntese do homem e da mulher, e de como coabitam. Poderia falar sobre isso por horas, é tão psicológico..."
Não é o caso, Kelly -sobretudo porque só temos 15 minutos. Voltemos à série que a trouxe aos trópicos: como encara a cirurgia plástica? Já fez? "Pode melhorar a vida de alguém, mas também destruí-la.
Antes de fazer, você tem que entender o porquê daquilo, se há outras questões envolvidas, como auto-estima. Mas, se você é saudável, está na curva dos 40 e um pouco preocupado com as coisas que começam a cair, coloque Botox. E daí?", responde, um tanto evasiva.
Insisto, com a fala-assinatura dos cirurgiões de "Nip/ Tuck": conte-me o que você não gosta em você ("Tell me what you don't like about yourself"). "Queria ter pernas mais compridas. Mas não posso consertar isso, né?"


NIP/TUCK
Quando:
quarta, às 22h
Onde: na Fox


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