da Sucursal do Rio

Ganhar o Prêmio Nobel de Literatura de 1998 foi, para o escritor português José Saramago, "profissionalmente um desastre".
"A partir da divulgação do prêmio, em outubro, o único texto que escrevi foi o do discurso de agradecimento. Deixei de ser um profissional da palavra escrita e passei a ser um profissional da palavra oral", disse ontem no Rio, explicando que tem sido muito requisitado para palestras ao redor do mundo, restando pouco tempo para se dedicar aos seus escritos.
Saramago e uma delegação de escritores portugueses chegaram ontem pela manhã à cidade e participam hoje da abertura da 9ª Bienal Internacional do Livro do Rio, que será inaugurada no Riocentro.
Se profissionalmente a premiação foi um desastre, Saramago reconhece que houve um "crescimento espetacular" nas vendas de seus livros. "O Nobel cria um fenômeno ao nos tornar conhecidos em países que nem mesmo sabiam da existência de Portugal", disse.
O fenômeno, explica, ocorre também "em casa". "Encontro portugueses que dizem com orgulho que agora vão ler minha obra", contou Saramago, rindo.
Ontem à tarde, foi inaugurada na Biblioteca Nacional (centro do Rio) uma exposição sobre o escritor, com livros e cartazes. A Bienal do Livro será inaugurada hoje às 11h30 com a presença dos ministros da Cultura do Brasil, Francisco Weffort, e de Portugal, Manuel Maria Carrilho. Às 19h, Saramago fará palestra aberta ao público.


Texto Anterior: É Tudo Verdade: Brasileiro vence mostra competitiva internacional
Próximo Texto: José Simão: Salvatore Cicciollino é o bode respiratório!
Índice