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Parati para todos
Em sua 2ª edição, festival literário cresce e traz Paul Auster, Martin Amis e Margaret Atwood
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A criança já nasceu cercada de
mimos e agora, no primeiro aniversário, tem uma festa de arromba -e, melhor, sem palhaços.
A Flip, a Festa Literária Internacional de Parati, chega à sua segunda edição em julho próximo
maior em todos os quesitos: mais
dias, mais autores e mais espaço
para o público.
Principal evento literário do
país, o jovem festival ancorado na
cidade histórica do Estado do Rio
colocou anteontem o ponto final
na sua programação, neste ano
repleta de superlativos (preste
atenção em quantos "um dos
maiores" vêm em seguida).
Estarão na antiga rota do ouro
três dos maiores autores da literatura britânica, Ian McEwan, Martins Amis e Margaret Atwood, um
dos maiores nomes da literatura
americana, Paul Auster, quatro
medalhões da literatura nacional,
Lygia Fagundes Telles, João Ubaldo Ribeiro, Moacyr Scliar e Luis
Fernando Veríssimo.
A lista segue com o crítico Davi
Arrigucci Jr., dos principais ensaístas do país, que fará a palestra
de abertura da 2ª Flip, com Francisco Alvim, dos maiores poetas
do país, com José de Souza Martins, dos principais sociólogos
brasileiros, e "last but not least"
com a dupla: Chico Buarque e
Caetano Veloso (e ponto).
Idealizado pela inglesa Liz Calder, uma das maiores (mais um)
editoras do Reino Unido, sócia da
Bloomsbury (casa que descobriu
o garoto "Harry Potter"), a Flip
deixa de ser uma festa bilíngue.
Se na primeira edição, estrelada
por autores como Eric Hobsbawm, Julian Barnes e Don DeLillo, a festa só falava inglês e português, desta vez ela recebe também
o francês (representado por Pierre Michon e Geneviève Brisac) e o
espanhol (defendido pelo argentino Pablo de Santis e pela espanhola Rosa Montero).
Entre os 38 autores da festança
(mais numerosos que os 25 da
Flip inaugural) também estarão
pela primeira vez lusofalantes d'além-mar: os portugueses Miguel
de Sousa Tavares e Lídia Jorge e o
angolano José Eduardo Agualusa.
Eles terão uma arquibancada
mais cheia do que a disponível aos
autores da edição passada do festival. A Flip troca o charmoso,
mas abafado e pequeno, casarão
colonial de sua primeira dentição
por uma tendona.
"O resultado da primeira Flip
foi esplêndido, mas com tudo de
muito positivo mostrou um bocado de coisas que precisavam melhorar: podia e devia ter fôlego
maior e, sobretudo, deveria estar
acessível para um público maior",
conta Flávio Pinheiro, diretor de
programação da Festa, patrocinada pelo Unibanco e pela Biblioteca Nacional.
Ele diz que na ponta do lápis cabiam no primeiro espaço da Flip
178 espectadores e que agora serão 550 as cadeiras no espaço
principal. Uma segunda tenda,
instalada do outro lado do riacho
que corta Parati, acomodará outros 800 leitores que assistirão às
palestras por telão. Completa o
"acampamento" uma tenda de
autógrafos e venda de livros.
Serão muitas as novidades na
barraquinha em questão. Boa
parte dos autores escalados para a
Flip estão lançando novos livros,
como Paul Auster ("A Noite do
Oráculo", da Companhia das Letras) e o também destacado britânico Jonathan Coe (que terá seu
"Clube dos Podres", da Record).
Um grupo maior é dos que publicam seus primeiros títulos no
Brasil, com a Flip: Rosa Montero
terá romance pela Ediouro, Miguel Sousa Tavares terá seu polêmico "Equador" pela editora Nova Fronteira, Pierre Michon faz
sua "quase-estréia" com "Vidas
Minúsculas", com livro pela Estação Liberdade.
Vidas maiúsculas também terão
vez. Se em 2003 a Flip festejou Vinicius de Moraes, desta vez serão
dois celebrados: Guimarães Rosa
e James Joyce. É só o começo.
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