|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Pearl Jam sacode os últimos ossos do grunge
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Deve ser solitário ali, onde está o
Pearl Jam. O grupo, que estourou
junto com o estouro que parecia
infinito das bandas de Seattle no
início dos anos 90, hoje é o único
que sobreviveu -ou que restou- ao furacão grunge.
O especial que a DirecTV apresenta hoje, "Live at Madison
Square Garden", mostra (para o
bem e para o mal) para nós, moradores do Brasil, que até hoje não
vimos um show do Pearl Jam,
uma apresentação do quinteto no
gigante ginásio nova-iorquino em
8 de julho de 2003.
Para o bem porque as quase
duas horas de fita dão uma bela
sintetizada no que o Pearl Jam de
Eddie Vedder foi até aqui.
O Pearl Jam é uma banda que já
lançou sete álbuns de estúdio. O
primeiro deles, "Ten", de 1991,
vendeu mais de 11 milhões de cópias. Mais: "Vs." (93): seis milhões; "Vitalogy" (94): cinco milhões -e isso somente nos Estados Unidos. Os outros, "No Code" (96), "Yield" (98), "Binaural"
(2000) e "Riot Act" (2002), venderam "apenas" um milhão.
Para ter idéia do fanatismo gerado pela banda, "Vitalogy" foi
lançado apenas em vinil, uma semana antes do lançamento oficial, e tornou-se o primeiro disco
no formato a ganhar um lugar na
parada da Billboard (55ª posição)
desde o advento do CD. Ou seja:
Pearl Jam é banda que importava.
Mas o especial que será exibido
hoje traz um outro lado: o Pearl
Jam é banda de shows irregulares.
A apresentação que vai ao ar foi
gravada em 8 de julho e tem no repertório canções relevantes como
"Betterman", "Even Flow" e "Do
the Evolution", mas tem também
um monte de outras menos inspiradas. No dia seguinte, o grupo faria outro show no Madison Square Garden. Os dois saíram em CD.
A diferença é tão gritante quanto
um urro grunge.
Mas não é todo dia que temos
Pearl Jam no Brasil, e mesmo um
show instável é bom para lembrarmos que essa é, ainda, uma
banda que importa para o rock.
PEARL JAM LIVE AT MADISON
SQUARE GARDEN. Quando: hoje e
amanhã, durante todo o dia, no canal
605 da DirecTV.
Texto Anterior: Jazz: Morre, aos 76, o baterista Elvin Jones Próximo Texto: Contardo Calligaris: De onde vem o autoritarismo? Índice
|