São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2005

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"STAR WARS" NO BRASIL E NO MUNDO"

Madrugada com Darth Vader atrai 12 mil fãs em SP

BRUNO YUTAKA SAITO
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO

Quando chegava a meia-noite e os funcionários do cinema se preparavam para checar os bilhetes de entrada, os fãs brasileiros de "Star Wars" sentiam na pele as dificuldades para controlar sentimentos como medo, raiva e ansiedade, que tanto guiam a mitologia da saga. Era a estréia nacional de "Star Wars: Episódio 3 - A Vingança dos Sith", na madrugada de ontem, e enormes filas mostravam que a expectativa para a conclusão da saga era ainda maior.
"Cheguei às 14h [de anteontem]", dizia o estudante Alan Marques, 20, o primeiro na fila do Jardim Sul. "Espero por esse filme há 28 anos", afirmou Maudy Pedrão, 34, do site Jedi Mania.
A devoção reflete-se nessa exibição. Em São Paulo, 26 salas traziam a sessão notívaga -o número está previsto para subir para 106. Até a conclusão desta edição, às 14h de ontem, a Folha apurou que ao menos 12 mil ingressos foram vendidos para a estréia em SP, enquanto as exibidoras Cinemark e UCI tinham 15 mil ingressos vendidos no resto do país.
"A Vingança..." desperta a atenção porque revela o surgimento do vilão Darth Vader. Não é de estranhar que o personagem seja o grande astro da noite. Nos dois cinemas visitados pela Folha, a quantidade de fãs fantasiados como o lorde sombrio superava o heróico Obi-Wan Kenobi. "Todos têm um lado sombrio", acredita o estudante Ivan Chrypko, 24.
Encenações de lutas, poses para fotos e diálogos surreais ("Cuide bem do meu filho", disse um dos Darth Vader a uma das princesa Amidala, que procurava sua poltrona) animaram a espera pelo início das sessões e deram o clima de final de campeonato. Uma das personagens que se destacava era a fisioterapeuta Kiyomi Abe, 46, caracterizada como Yoda, com o rosto pintado de verde. No Metrô Santa Cruz dois fãs-clubes se encontraram: o 501st Legion - Divisão Brasil e o Conselho Jedi SP, que reservou duas salas.
Houve espaço para manifestações inusitadas. O publicitário Rogério Rocha, 26, disse que sentia medo em relação ao filme: "Os dois anteriores não eram tão bons assim". Primeiro de uma das filas, ele criou dois cartazes com caracteres da saga: "The Last Hope" [a última esperança] e "Revolt of the Fans" [revolta dos fãs].
"Star Wars" também une famílias. Cristina Francisco, 53, segue uma tradição: levou seu sobrinho para assistir, nos anos 80, aos filmes da série; no "Episódio 3", foi com a sobrinha Cristiane, 14. Já a estudante Juliana Penteado, 16, arrastou os pais de Jundiaí (60 km de SP) para o filme. A noite teve ainda outros vilões. O advogado Pedro Amaral, 27, último na fila, blasfemava: "[O atraso] foi culpa do trânsito".
Nos EUA, o filme estreou em 3.700 salas, o maior lançamento da série. Os ingressos estavam esgotados. Analistas prevêem US$ 110 milhões (cerca de R$ 270 milhões) na primeira semana.


LEIA MAIS sobre "Star Wars: Episódio 3 - A Vingança dos Sith" na Folha Online (www.folha.com.br/051382)

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