São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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HISTÓRIA

Febre "Da Vinci" invade programação do THC

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Priorado de Sião, Cavaleiros Templários, "A Última Ceia" e a "Mona Lisa", o Santo Graal e Sara, filha de Maria Madalena. Como se já não bastassem as livrarias e os cinemas, a programação da TV paga também embarca na febre de consumo histórico-religioso desencadeada pelo best-seller de Dan Brown.
"Além do Código Da Vinci", que o The History Channel exibe hoje, às 21h, reúne entre suas atrações justamente quem reivindica - e o fez judicialmente, mas foi derrotado - a criação das especulações usadas por Brown: Richard Leigh, um dos autores de "O Santo Graal e a Linguagem Sagrada", publicado em 1982.
Figura que parece saída de "Sem Destino" (1969), Leigh defende com parcimônia a linha de raciocínio que conduziria ao "maior segredo da história", a hipotética filha de Jesus Cristo e o esforço de setores da Igreja Católica para ocultar a existência dessa linhagem. "É possível que isso tenha ocorrido", diz ele. Não mais.
Outros entrevistados são mais incisivos em tratar essas idéias como liberdades poéticas, digamos, a partir de fatos verídicos. "Elas contribuem para um entendimento alternativo do cristianismo, mas não há evidência alguma a respeito dessa descendência", afirma Timothy Freke, autor de "The Jesus Mysteries".
"O material usado por Brown não é novo", lembra Karen Halls, professora de história da Universidade de Oxford. Enquanto especialistas falam, atores recriam as passagens históricas (e também as especulativas) descritas pelo best-seller. A simbologia na obra de Leonardo Da Vinci ocupa um capítulo à parte.
Do que estaria rindo a "Mona Lisa", por exemplo? De nós, porque só ela conheceria o tal segredo. Bingo. A maratona do The History Channel continua amanhã, com "A Tecnologia de Da Vinci", às 20h, e "Da Vinci e o Código de sua Vida", às 21h.


Além do Código Da Vinci
Quando: hoje, às 21h, no The History Channel



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