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Aos 13 na TV, "ER" lança 7º ano em DVD
LUCAS NEVES
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
Em 1999, George Clooney
pôs de lado o desfibrilador no
pronto-socorro mais famoso da
TV norte-americana para se
concentrar no cinema. Mais
tarde, Anthony Edwards (dr.
Greene) e Noah Wyle (dr. Carter) também penduraram os jalecos do County General- mas
com a desculpa de lhes faltar
tempo para a família. Agora, é a
vez do croata Goran Visnjic, 34,
atual protagonista da série
"ER" (tida como divisora de
águas ao estrear, em 94, por retratar com diálogos e mise-en-scène hiperrealistas o dia-a-dia
de uma emergência hospitalar), encerrar seu turno.
Em entrevista à Folha em
Buenos Aires, o ator contou
que a despedida de seu personagem, Luka Kovac, é o clímax
da 13ª temporada, que terminou na última quinta nos EUA
(em 7/6 no Brasil). Para os fãs
de longa data, outro acontecimento é a chegada do DVD do
7º ano (2000/2001) do programa (R$ 129) -quando ainda
aparecia no topo do ranking de
audiência nos EUA- às lojas.
Um ano antes, ao se juntar à
equipe, Kovac era a imagem da
amargura: havia perdido mulher e filhos na guerra deflagrada pela desintegração da Iugoslávia. A adaptação ao "american way of life" incluiu uma fase promíscua, flertes malsucedidos com colegas e depressão,
até acertar os ponteiros com a
enfermeira Abby, pedir-lhe a
mão e ter um filho com ela.
A trajetória de Visnjic não é
tão acidentada quanto a do personagem, mas a passagem por
campos de guerra é um ponto
de interseção. Depois do serviço obrigatório, o ator se alistou
voluntariamente no Exército
quando começaram os conflitos entre sérvios e croatas. O
tema ainda revolve feridas.
"Não falemos disso. Faz tempo.
O importante é que a Croácia
se reconstruiu e virou destino
de férias na Europa", escapa.
A aversão ao assunto soa curiosa para alguém que se projetou internacionalmente com
"Bem-Vindo a Sarajevo" (97),
em que o inglês Michael Winterbottom registra o trabalho
de jornalistas europeus na
Guerra da Bósnia. A exibição
do filme em Cannes serviu de
passaporte do ator -que fez fama com tipos de Shakespeare e
Molière- para Hollywood, onde teve de se haver com a língua e o imaginário ianque sobre o Leste Europeu.
"No início, acordava às 5h para ter aulas de pronúncia antes de gravar. Além disso, tive -e ainda
tenho- que lutar contra o estereótipo do vilão." Por isso, ele
pode perder um papel que poucos deixariam passar; sites indicam que estaria cotado para
viver o antagonista de 007 no
22º filme da franquia. Ele nega.
O jornalista LUCAS NEVES viajou a convite da
Warner
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