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Com ex-Rouge, "Miss Saigon" inicia ensaios
Produção de R$ 24 milhões vai estrear em julho
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A seleção do elenco brasileiro
para "Miss Saigon", iniciada no
fim de novembro, está finalmente encerrada. Desde segunda, os intérpretes escolhidos já ensaiam seus primeiros
passos, recriando com sotaque
paulistano o musical da Broadway, que tem como enredo o
trágico romance entre a vietnamita Kim e o americano Chris,
durante a Guerra do Vietnã.
É a produção teatral mais cara que a CIE Brasil já trouxe para o país. Tem investimento
inicial de US$ 12 milhões (cerca
de R$ 24 milhões), ultrapassando os custos de "O Fantasma da Ópera", de US$ 10 milhões (cerca de R$ 20 milhões).
Prevista para estrear no começo de julho, ou seja, daqui a
pouco mais de dois meses apenas, a peça vai sendo erguida a
passos largos.
O diretor Fred Hanson diz
que pode contar com uma certa
"agilidade" dos atores brasileiros. "Eles aprendem muito rápido", diz. "Já estamos ensaiando cenas que deveríamos ensaiar só na semana que vem",
completa o coreógrafo Geoffrey Garratt, à frente de um coro com 20 atores-dançarinos,
ritmando a marcha de um pelotão, com fuzis e bandeiras.
Ainda que funcione no mesmo esquema de franquia do
musical "O Fantasma..." -com
marcação igual em todos os
países por onde passa-, a peça
sofreu algumas transformações, não está idêntica à montagem da Broadway. Hanson afirma que essa versão é mais moderna, mais tecnológica, que
não precisa utilizar maquinários. "O público está cansado de
máquinas. Ficou antigo", diz.
Mas o diretor não deixa de
esconder o jogo. Não revela, por
exemplo, como é feita a famosa
cena em que um falso helicóptero pousa bem no meio do palco. Conta apenas que a máquina usada na montagem norte-americana foi substituída por
"tecnologia", sem explicar o
que isso significa. Provavelmente, a cena será refeita com
projeções.
Outra surpresa: duas atrizes
assumem o papel da protagonista Kim, e entre elas está Lissah Martins, uma ex-Rouge,
aquele grupo formado a partir
de um "reality show" do SBT.
Lissah é mestiça e, apesar de
não ter traços muito orientais
(seu olho é claro, sua pele é morena, os olhos são bem abertos,
apenas levemente puxados),
traz na bagagem a educação japonesa passada pela mãe e pelos avós maternos. É primeira
experiência da ex-Rouge como
atriz.
O outro protagonista da história, o oficial norte-americano
Chris, é interpretado por Nando Prado, ator bem mais experiente, que atuou em vários
musicais, como em "Ópera do
Malandro", "Vitor ou Vitória",
"Chicago" e "O Fantasma da
Ópera".
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