São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Bruce Willis ri do papel de salvador do mundo

do enviado a Cannes

"Impacto Profundo" e "Armageddon" têm praticamente a mesma trama.
Um cometa vem em direção à Terra. O choque exterminaria a vida no planeta. A solução é enviar uma missão espacial tripulada, pousar no asteróide e explodi-lo utilizando uma bomba atômica.
"Impacto", que tem produção de Spielberg, saiu na frente e lidera a arrecadação nos Estados Unidos.
"Armageddon" só estréia em julho. Seus produtores tentaram reduzir o atraso exibindo em Cannes, fora do programa oficial, um resumo do filme. Em seguida, organizaram uma entrevista com os astros Bruce Willis, Liv Tyler e Steve Buscemi, o produtor Jerry Bruckheimer e o diretor Michael Bay ("A Rocha").
Todo o esforço tinha por objetivo assegurar que "Armageddon" e "Impacto" são diferentes. São, mas não muito. Além do enredo comum, ambos combinam grandes efeitos a uma trama intimista.
Em "Impacto", a história se subdivide em vários personagens, concentrando-se no fim na família dos astronautas. Em "Armageddon", o foco se fecha em Bruce Willis, um especialista em perfurações petrolíferas engajado na explosão do cometa.
A filha de Willis (Tyler) envolve-se com um dos assistentes dele (Ben Affleck), que, naturalmente, também embarca na missão.
Aproximando ainda mais os filmes, ambos têm por clímax a teledespedida dos protagonistas.
Houve uma explosão de risadas na sala de projeção quando Willis chora ao dar adeus a Tyler. Willis, irônico, brincou: "Como vocês podem ver, é uma comédia".
De cavanhaque, boné e bermuda, o astro de US$ 20 milhões por filme foi mais comedido na entrevista que se seguiu. Assumiu não ter visto "Impacto", mas garantiu que "a história (de "Armageddon') deixa mais esperança".
Willis contudo não resistiu a fazer piada com sua escalação para o papel. "Nos EUA, estou nas páginas amarelas como salvador do mundo. Está ficando mais e mais fácil. De vez em quando, encontro tempo para atuar. Acabei de rodar uma produção menor, "Breakfast of Champions'."
O diretor Michael Bay rebateu as críticas de excessivo americanismo, com a Nasa liderando a salvação do planeta. "O filme envolve o mundo inteiro", sustentou. (AL)



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