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São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

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RUÍDO

Novos e antigos se enfrentam em festival

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

A idéia, baseada em que "o tempo se movimenta simultaneamente em todas as direções", é colocar em confronto o passado e o presente (ou melhor, o futuro). O nome (ambíguo) do festival, que acontece entre 3 e 7 de julho, no Sesc Pompéia, é "Com:Tradição".
Promete encontros -choques?- entre a invenção que já virou tradição e nova geração de artistas experimentais do amplo eixo São Paulo-Rio-Bahia-Pernambuco-Ceará-Alagoas.
O ex-mutante Arnaldo Baptista se apresentará com o baiano-paulistano "re:tropicalista" Moisés Santana. O núcleo eletrônico Bojo fará honras à ex-tropicalista Maria Alcina.
Herói do samba-jazz instrumental, J.T. Meirelles se unirá ao núcleo de produtores e artistas Instituto; o percussionista Naná Vasconcelos se integrará ao Mamelo Sound System. Pioneiros da "re:combinação", Elza Soares e Jards Macalé repetirão os encontros recentes com Mugomango e Vulgue Tostoi.
Fora os encontros, o "Com:Tradição" fará painel da novíssima produção underground, com shows de Rebeca Matta (BA), Beto Villares (SP), Karine Alexandrina (CE), Bonsucesso Samba Clube (PE), Wado (AL), Dona Zica (SP), Mim (RJ), Curumim (SP), Maurício Negão (RJ). Já ouviu falar?

INDIE EM EXPANSÃO
A Indie Records amplia seu elenco com nomes de peso: Erasmo Carlos, Alceu Valença, Fagner e Gal Costa. O disco de Fagner sai em agosto; Erasmo deve entrar em estúdio no final do ano. A independente MZA ainda reivindica o contrato de Gal, mas a Indie afirma que está tudo certo e só falta a assinatura oficial de contrato.

QUEM FINANCIA?
A Indie está no mercado há sete anos, lançando artistas como Vinny e Wando. Obteve resultados comerciais no formato conservador de CDs retrospectivos, ao vivo e acústicos de Alcione, Jorge Aragão, Luiz Melodia etc. Segundo a gravadora, o novo aporte de recursos resulta também do redirecionamento de investimentos do poderoso Estúdio Mega (atuante em som, imagem e tecnologia), a que a Indie é ligada.

OS CAFONAS
Outro recém-contratado é Reginaldo Rossi, que gravará disco ao vivo com clássicos populares de Odair José, Diana, Waldik Soriano, Nelson Ned etc. O CD faz referência ao livro "Eu Não Sou Cachorro, Não", apaixonada defesa de Paulo César Araújo à chamada música cafona dos 70.


@ - psanches@folhasp.com.br

O NÃO-LANÇAMENTO
Baobás foi grupo único na história secreta do rock brasileiro. Encravado entre a falência do iê-iê-iê e a ascensão da tropicália, deixou um LP (de 68) feito de covers de psicodelia (de Love, Doors etc.) não propriamente originais, mas diferentes de tudo que o rock daqui fez ou faria. Saiu pela nacionalista Rozenblit. Que não existe mais.

COM IRA!, SEM IRA!
Até há pouco sem gravadora, o grupo oitentista Ira! prepara para o final do ano um novo disco, que será lançado pelo selo Arsenal, do produtor Rick Bonadio (de Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., CPM22 e Rouge, entre outros). Antes disso, o guitarrista Edgard Scandurra lança seu terceiro CD solo, pelo selo ST2.



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