São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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Cinema/estréias

Aragão "inova" no cinema e na TV

Comediante adia de dezembro para junho estréia de filme e acolhe Dedé Santana de volta em seu programa na Globo

Ator defende "humor ingênuo em filmes para a família" e diz que alta dos ingressos afastou seu "grande público" das salas

DA REPORTAGEM LOCAL

Renato Aragão preparou-se para revisitar a história de "Ali Babá e os 40 Ladrões" em seu 47º filme, que estréia hoje nos cinemas, com o título de "O Guerreiro Didi e a Ninja Lili".
A reviravolta no tema do longa ocorreu quando uma pesquisa com crianças detectou que "um filme de ninja" era o que elas mais queriam ver com o Didi, personagem que Aragão eternizou na TV e no cinema.
Aragão surpreendeu-se com o resultado. "Não poderia ambientar um filme desses no Brasil." Mas rendeu-se a ele. "Temos que fazer o gosto da criança, não o nosso", diz.
A trama de "O Guerreiro Didi e a Ninja Lili" se passa entre o "Japão", cujas cenas foram filmadas em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), e uma genérica "Europa" sob guerra.
A "capitulação" de Aragão à vontade do público, porém, é parcial. O comediante diz que não abre mão do "humor circense, ingênuo" e do filme voltado "para a família". Ele afirma que "outra coisa jamais faria", ainda que os perfis da criança e da família brasileiras tenham mudado significativamente desde a década de 60, quando Aragão começou sua carreira na TV e no cinema.

Costumes
"A sociedade muda de acordo com seus costumes. Mas a família, para mim, tem que ser o pai e a mãe criando juntos os filhos. Cada um sabe onde o sapato aperta. Mas a separação [do casal] é prejudicial para as crianças. Os próprios pais não quereriam isso", afirma.
A ninja Lili do novo título é vivida por Livian Aragão, 9, filha do comediante. Ele diz que, no set de filmagens, não interferiu no trabalho do diretor Marcus Figueiredo. "Só depois que as cenas estavam rodadas eu às vezes me aproximava dela e dava um conselho, dizendo onde poderia ter sido melhor."
Com a estréia do filme às vésperas das férias escolares de julho, Aragão interrompe a tradição de seus lançamentos anuais em dezembro.
Ele avalia que, no fim do ano, "as pessoas estão muito voltadas para as festas e não vão tanto ao cinema".
Detentor de 110 milhões de espectadores (acumulados por 39 filmes) até o fim da década de 90, Aragão aponta a alta do preço dos ingressos de cinema como razão da mudança de patamar das bilheterias -o índice de sucesso de um filme nacional hoje está na marca do 1 milhão de espectadores.
"O ingresso atualmente é [o equivalente] a quase U$ 10, quando já foi US$ 1,5. Isso afastou os meus filmes do povo. O meu grande público não vai mais ao cinema, porque não tem poder aquisitivo para isso", afirma.

Dedé Santana
Na TV, onde mantém o programa semanal "A Turma do Didi" (Globo), Aragão diz que "começa agora um novo tempo", com a incorporação de Dedé Santana ao elenco, que se concretiza no episódio que vai ao ar no próximo domingo.
Únicos remanescentes dos Trapalhões, Aragão e Santana haviam se desentendido publicamente. Aragão evita comentar o afastamento e é sucinto sobre a reaproximação.
"Ele me ligou e disse que queria trabalhar comigo outra vez. Disse que queria começar tudo de novo. Ele veio para a Rede Globo. Falamos com um, com outro. Enfim, tudo se acertou." (SILVANA ARANTES)


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