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Cinema/estréias
Aragão "inova" no cinema e na TV
Comediante adia de dezembro para junho estréia de filme e acolhe Dedé Santana de volta em seu programa na Globo
Ator defende "humor ingênuo em filmes para a família" e diz que alta dos ingressos afastou seu "grande público" das salas
DA REPORTAGEM LOCAL
Renato Aragão preparou-se
para revisitar a história de "Ali
Babá e os 40 Ladrões" em seu
47º filme, que estréia hoje nos
cinemas, com o título de "O
Guerreiro Didi e a Ninja Lili".
A reviravolta no tema do longa ocorreu quando uma pesquisa com crianças detectou que
"um filme de ninja" era o que
elas mais queriam ver com o
Didi, personagem que Aragão
eternizou na TV e no cinema.
Aragão surpreendeu-se com
o resultado. "Não poderia ambientar um filme desses no
Brasil." Mas rendeu-se a ele.
"Temos que fazer o gosto da
criança, não o nosso", diz.
A trama de "O Guerreiro Didi
e a Ninja Lili" se passa entre o
"Japão", cujas cenas foram filmadas em Itapecerica da Serra
(Grande São Paulo), e uma genérica "Europa" sob guerra.
A "capitulação" de Aragão à
vontade do público, porém, é
parcial. O comediante diz que
não abre mão do "humor circense, ingênuo" e do filme voltado "para a família". Ele afirma que "outra coisa jamais faria", ainda que os perfis da
criança e da família brasileiras
tenham mudado significativamente desde a década de 60,
quando Aragão começou sua
carreira na TV e no cinema.
Costumes
"A sociedade muda de acordo
com seus costumes. Mas a família, para mim, tem que ser o
pai e a mãe criando juntos os filhos. Cada um sabe onde o sapato aperta. Mas a separação
[do casal] é prejudicial para as
crianças. Os próprios pais não
quereriam isso", afirma.
A ninja Lili do novo título é
vivida por Livian Aragão, 9, filha do comediante. Ele diz que,
no set de filmagens, não interferiu no trabalho do diretor
Marcus Figueiredo. "Só depois
que as cenas estavam rodadas
eu às vezes me aproximava dela
e dava um conselho, dizendo
onde poderia ter sido melhor."
Com a estréia do filme às vésperas das férias escolares de julho, Aragão interrompe a tradição de seus lançamentos anuais
em dezembro.
Ele avalia que, no fim do ano,
"as pessoas estão muito voltadas para as festas e não vão tanto ao cinema".
Detentor de 110 milhões de
espectadores (acumulados por
39 filmes) até o fim da década
de 90, Aragão aponta a alta do
preço dos ingressos de cinema
como razão da mudança de patamar das bilheterias -o índice
de sucesso de um filme nacional hoje está na marca do 1 milhão de espectadores.
"O ingresso atualmente é [o
equivalente] a quase U$ 10,
quando já foi US$ 1,5. Isso afastou os meus filmes do povo. O
meu grande público não vai
mais ao cinema, porque não
tem poder aquisitivo para isso",
afirma.
Dedé Santana
Na TV, onde mantém o programa semanal "A Turma do
Didi" (Globo), Aragão diz que
"começa agora um novo tempo", com a incorporação de Dedé Santana ao elenco, que se
concretiza no episódio que vai
ao ar no próximo domingo.
Únicos remanescentes dos
Trapalhões, Aragão e Santana
haviam se desentendido publicamente. Aragão evita comentar o afastamento e é sucinto
sobre a reaproximação.
"Ele me ligou e disse que queria trabalhar comigo outra vez.
Disse que queria começar tudo
de novo. Ele veio para a Rede
Globo. Falamos com um, com
outro. Enfim, tudo se acertou."
(SILVANA ARANTES)
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