São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Fernando Donasci/Folha Imagem
Maria Fernanda Cândido desfila na festa de lançamento do livro "Estilo Biaggi", que retrata celebridades

Parada na Câmara

A organização da Parada Gay vai se reunir, na próxima quinta, com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de SP. Dirão que os atos de violência contra homossexuais durante o evento, na semana passada, podem ter sido orquestrados. Vão exibir o vídeo de uma agressão, na esquina da Paulista com a Consolação, e questionar a ação da polícia. "Eles têm que provar que trabalharam. Alguém foi preso?", diz Cesar Xavier, coordenador de comunicação da Parada. A Secretaria da Segurança Pública contabiliza o número de prisões no evento.

INTERMUNICIPAL
Também vão participar da reunião na Câmara os parentes de José Carlos Siqueira, professor homossexual que foi encontrado esfaqueado em seu apartamento em Suzano (SP), uma semana antes da Parada.

 


Familiares relataram ao vereador Italo Cardoso (PT) que a polícia foi negligente na apuração e coleta de provas do crime. O delegado Jorge Luís Esteves, de Suzano, diz, por meio da assessoria da Secretaria da Segurança, que as investigações estão "bastante avançadas".

JÚRI SIMULADO

A paixão vai ao banco dos réus. E vence

Centenas de advogados e estudantes se reuniram nesta semana na Faculdade de Direito da USP para homenagear Waldir Troncoso Peres, o mais reverenciado advogado de júri do país. "Ninguém é culpado de crime algum. A vida é a artesã de todas as diabruras do homem sobre a Terra", dizia ele, morto em abril, aos 85 anos.

 


Troncoso foi homenageado num júri simulado. O tema escolhido foi um clássico dos tribunais: a paixão pode absolver um criminoso? O criminalista advogou para pelo menos cem homens que mataram suas mulheres e para 30 mulheres assassinas dos maridos (um de seus clientes célebres foi Lindomar Castilho, que matou Eliana de Grammont).
 


Não, a paixão não pode absolver, defenderam o advogado Alberto Toron e o promotor Roberto Tardelli. "Quem ama não mata. Quem ama constrói, perdoa, vive, convive", disse Toron. O contrário é "como se a honra do homem estivesse na vagina da mulher". "Podemos entender a paixão. Podemos ser eternamente apaixonados. Mas o que matou em nome do amor antes bateu, estuprou, humilhou (...). A paixão pode justificar as coisas. Jamais absolver", afirmou Tardelli.
 


A paixão foi defendida pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e pela defensora pública Daniela Cembranelli. "A paixão é servil, o amor é dadivoso; o amor não mata, a paixão, sim; a paixão é egoísta, o amor, não. Mas a paixão pode ser a expressão do amor febril, doente, coitado, do amor patológico", defendeu Daniela. "[O filósofo] Henrico Ferri estarreceu o mundo jurídico ao dizer que nenhuma pena pode atingir os apaixonados e frear a tormenta psicológica que se dá em sua cabeça." Tardelli rebateu: num tempo em que os homens tudo podiam, construiu-se o arcabouço filosófico e jurídico para absolver quando matavam a própria mulher.
 


Thomaz Bastos afirmou que, se Troncoso Peres lá estivesse, por "vocação, destino, vontade, convicção", defenderia, sempre e mais uma vez, a paixão. "Não o falso passional, não a tese de que a honra se lava com sangue. Mas, sim, a paixão como sentimento extremamente avassalador." O homem não pode matar a mulher e ficar impune, disse Bastos. Mas e o caso "da pessoa, do homem, da mulher que mata e que em seguida atira no próprio peito, na cabeça, para acabar com a sua vida? É preciso pensar na carga de sofrimento que a levou a matar". Ou "do pai que vê o filho que acaba de ser morto. Quem o condenaria se, naquele momento, matasse o assassino de seu filho? Um cidadão de bem que chegou a um momento trágico: vale a pena jogá-lo nos cárceres brasileiros? Existem casos em que a paixão merece, pode e precisa ser absolvida". A tese de Bastos e Daniela venceu, por 166 votos a 41.

BOA NOVA
Boa notícia para a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil: ela deve fazer só mais uma sessão de quimioterapia, em julho.
 


Na previsão inicial, ela teria mais duas sessões, em agosto e em setembro. Os médicos, no entanto, estudam suspender a programação, que não seria mais necessária.

MINHA VOZ
O verdadeiro blog de José Sarney deve ser lançado até o fim da semana que vem.
 


Os que existem até agora na internet são "fakes".

TELHADO
Hebe Camargo conversando com a TV Globo?
 


De acordo com a emissora, as tratativas diziam respeito apenas à autorização para que a apresentadora aparecesse no especial em que Roberto Carlos dividiu o palco com cantoras brasileiras.

ÁGUA COM AÇÚCAR
O violinista americano Joshua Bell, que faz concertos em São Paulo amanhã, na segunda e na terça, tem uma lista de exigências de "bom moço" para o camarim. Pediu água, bananas e isotônico de laranja.

TRIO DE FERRO
O cantor Rappin" Hood gravou faixas com Ed Motta e com Jorge Ben Jor para a mixtape que vai acompanhar o DVD "Sujeito Homem 3", que o rapper lança no segundo semestre.

QUASE COMBINADO
Os apresentadores do "Esquadrão da Moda", do SBT, não vão "escolher" uma espectadora da São Paulo Fashion Week para participar do programa, como havia sido anunciado. Essa pessoa já foi escolhida e estará na plateia do desfile da Neon, amanhã. Ela só não sabe que Arlindo Grund e Isabella Fiorentino, que atravessarão a passarela pela grife, vão interromper o evento para dizer que a garota é a nova "vítima" do programa.

CURTO-CIRCUITO
A PEÇA "As Meninas", dirigida por Yara de Novaes, será lida hoje, a partir das 15h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. O texto é uma adaptação de Maria Adelaide Amaral para a obra homônima de Lygia Fagundes Telles.
AS LOJAS da Livraria da Vila realizam amanhã uma liquidação de livros importados, com descontos entre 20% e 50%. A unidade do Itaim Bibi não participa da venda especial.
O ENÓFILO FRANCÊS Jean Raquin ministra hoje a palestra "As Uvas Syrah pelo Mundo", no Le Tire-Bouchon.
O FESTIVAL DE ROCK Project Independent acontece hoje, às 19h, no Espaço Lux, em São Bernardo do Campo. 14 anos.
ACONTECE HOJE a festa junina do Clube Atlético São Paulo, na sede de Santo Amaro, a partir das 17h. A entrada é gratuita.

com ADRIANA KÜCHLER e DIÓGENES CAMPANHA e LEANDRO NOMURA



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