São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros CRÍTICA MÚSICA ERUDITA OSM volta ao Municipal sob impulso de violinista russo SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA Uma semana após a reabertura do Theatro Municipal, a Orquestra Sinfônica Municipal realizou o seu primeiro concerto sinfônico, que foi integralmente dedicado a Johannes Brahms (1833-1897). Sob a regência segura e discreta do norte-americano Stefan Lano -diretor do Teatro Colón, de Buenos Aires-, a OSM contou com a participação do Coral Paulistano em "Nänie" (1880/1881) e do virtuose russo Boris Belkin como solista do "Concerto para Violino" (1878). Com versos de Friedrich Schiller (1759-1805), "Nänie" é um hino fúnebre para homenagear o pintor Anselm Feuerbach (1829-1880). Formado por cerca de 40 cantores, o Coral Paulistano é um dos grupos vocais estáveis da casa (o outro é o Coral Lírico). O coro estava bem preparado, mas a sua integração com a orquestra poderia ter sido mais elaborada, em especial o timbre das passagens agudas. A acústica quente e a arquitetura aconchegante do Theatro Municipal favorecem a música vocal, e esse é um trunfo que merece ser bem explorado. A presença de Boris Belkin foi o diferencial da noite. No início pareceu faltar um pouco de energia à orquestra, mas o russo impulsionou tudo apenas com o som do violino -e sem alterar a expressão facial, sempre plácida e séria. O terceiro movimento talvez tenha sido o ponto culminante do programa. Como número extra, Belkin fez o adagio da "Sonata em Sol Menor" de Bach (1685-1750), e, se dependesse dos violinistas e estudantes presentes, bem que poderia ter seguido adiante pela "Fuga" e demais movimentos. A "Sinfonia nº 1" (1876), que fechou a apresentação, deixou a orquestra exposta tanto para mostrar a qualidade dos solistas como para revelar pequenos problemas de afinação e encaixe. Em geral, falta leveza ao grupo, mas foi bom notar um crescimento ao longo da própria execução. A escolha de um compositor rigoroso, denso e transparente como Brahms é bastante adequada a esse reinício: passado o restauro de vitrais e arenito, chegou a hora de começar a esculpir o som. ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL COM BORIS BELKIN E CORAL PAULISTANO AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: 31ª São Paulo Fashion Week - Última moda: Acho chique Próximo Texto: Francês leva mundo devastado ao clipe Índice | Comunicar Erros

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