São Paulo, segunda-feira, 20 de junho de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Francês leva mundo devastado ao clipe Edouard Salier abandona fofura criada para os Tribalistas e conquista bandas europeias com guerra urbana Massive Attack e Air estão entre grupos que gravaram com diretor; trabalho para o Justice degola Cristo Redentor GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O videoclipe fofinho que o diretor francês Edouard Salier realizou em 2003 com os Tribalistas -para a música "Já Sei Namorar"- pouco ou nada tem a ver com os filmes soturnos que o artista desenvolve hoje. Digamos que Salier deixou sua meiguice de lado e passou a investir no terror -e foi com essa marca que, mais recentemente, acabou caindo nas graças de importantes bandas francesas e inglesas, como Air, Massive Attack e Justice. Seus três últimos clipes partem de imagens de um mundo em colapso. Dois deles, "Splitting the Atom" e "Atlas Air", do Massive Attack, criam situações de guerra em um ambiente urbano "dark" e futurístico. Meio "Blade Runner" (filme de Ridley Scott), meio "Metropolis" (de Fritz Lang). Em um trabalho mais recente, que acaba de ser lançado na internet, cria um mundo pós-humanidade. No vídeo que acompanha a música "Civilization", da dupla francesa de música eletrônica Justice, sobraram sobre o planeta apenas búfalos pastando entre monumentos e resquícios de civilizações extintas. O Cristo Redentor, por exemplo, aparece mutilado, sem a cabeça. Uma "homenagem" ao Brasil -país que, para Salier, é como "uma segunda casa". Para o diretor, a representação de catástrofes não é pauta nova. Salier cita o quadro "Guernica", de Picasso, como referência de "arte que reflete a história". E elenca outros pintores espanhóis que o inspiram, como os catalães Tàpies e Dalí. Suas animações dão cor surrealista a paisagens urbanas. "Sou fascinado pelas imagens de grandes cidades, talvez porque meu pai era arquiteto", ele conta. Um curta sobre o 11 de Setembro, em especial, lhe rendeu alguns protestos: "Flesh" parte de imagens de mulheres projetadas sobre edifícios de Nova York, todas em situações eróticas. Salier expande a sensação de pesadelo, com centenas de aviões caindo sobre uma cidade, que se transforma em destroços. Texto Anterior: Crítica - Música erudita: OSM volta ao Municipal sob impulso de violinista russo Próximo Texto: Luiz Felipe Ponde: Marianne Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |