São Paulo, sábado, 20 de junho de 1998

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TRECHOS

"Quando a fêmea mamífera está no cio, ela é dona da situação. Os machos são levados a buscá-la compulsoriamente, mas, se ela não os quiser, pode sair ou escapar, pois é quadrúpede. Ao contrário, um dos aspectos culturais importantes nos seres humanos é o tipo de coito que supõe o domínio do homem sobre a mulher, uma vez que ela fica de costas no chão, inerme, sem ter como se defender ou escapar. Não é interessante olhar por esse prisma? Pode parecer grosseiro, mas é uma forma de compreender que a posse das mulheres por parte dos homens, ou seja, o domínio masculino sobre a mulher, se tornou possível quando a posição da mulher se tornou submissa sexualmente."

"Nós vivemos um tempo em que a sexualidade explícita ganhou um prestígio e um espaço enormes. Não quero dizer com isso que antes era melhor, mas não acho que era pior. Era diferente. E essa diferença ainda está em trânsito, conforme se observa em muitas mulheres. Porque, apesar do afã de procurar o homem com grande competência sexual, percebe-se nas mulheres, frequentemente, que não é aquilo que interessa. Ou não é só aquilo que basta. Que também é preciso a fantasia."

"Nos filmes com Rita Hayworth, Eddie Lamar, Doroth Lamour, por exemplo, mal havia o beijo. Tudo era diáfano na tela. Mas o sexo estava ali, muito presente, sob outras formas. E numa mulher essa sensualidade, às vezes, é muito mais forte do que o sexo explícito. Porque esse mundo da fantasia, do devaneio, da sedução, do charme, da imaginação, como já disse antes, é uma espécie de reduto da resistência das mulheres à banalização do mundo, que muitas vezes se transforma em bovarismo na vida moderna."



Trechos do livro "Enquanto as Mulheres Mandam, os Homens Fazem o Que Têm Vontade", de Silvia Campolim e Luiz Tenório Lima




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