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"Aglomerações-relâmpago podem voltar", diz o responsável por trazê-las ao Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
O artista plástico Eli Golande, 33, integrante do grupo
Arac (Arte Contemporânea),
responsável por convocar as
versões brasileiras das aglomerações-relâmpago, diz não concordar com Bill Wasik sobre ser
"inevitável que os "flash mobs"
acabassem". "Era muito fácil
que eles continuassem", defende. E completa: "Acho que podem retornar".
Alguma razão ele tem. Mais
do que farsa, uma espécie de
"retorno" estava marcado para
hoje, às 11h39 e 13 segundos,
pelo meridiano de Greenwich.
Correu na internet uma convocação para o "World Jump
Day", que pedia que milhões de
participantes, nessa mesma
hora, dessem um pulo para
"ajudar a colocar o planeta Terra numa nova órbita".
Outra tentativa recente de
reavivar o fenômeno se deu em
junho, na Rússia, quando manifestantes organizaram um
"flash mob" para protestar contra o controle que o presidente
Vladimir Putin exerceria sobre
a mídia local.
De toda forma, o ciclo de ímpeto inicial e posterior abandono ocorreu por toda parte em
2003, e também no Brasil. A
tendência foi de esvaziamento
após uma primeira mobilização
convocada com sucesso para a
av. Paulista em 13 de agosto,
quando os participantes tiraram os seus sapatos e bateram
as solas contra o asfalto durante o intervalo de um abrir-e-fechar do sinal.
"Já tínhamos estabelecido
que seriam quatro ações experimentais, que não se repetiriam na forma", afirma Golande. "Nossa proposta era realmente fazer essas quatro e depois acabar."
O artista plástico brasileiro
diz concordar com o argumento desenvolvido por Wasik para
explicar seu experimento e o
rápido consumo cultural atual.
Afirma ainda que seu interesse
era justamente fazer, ele também, "uma análise" do comportamento dos internautas e uma
pesquisa sobre as fronteiras entre o que é e o que não é arte.
"Como tendência, também
fui surpreendido. Pelo vazio da
coisa. Pela busca do coletivo de
forma efêmera", declara.
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