São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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"Aglomerações-relâmpago podem voltar", diz o responsável por trazê-las ao Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O artista plástico Eli Golande, 33, integrante do grupo Arac (Arte Contemporânea), responsável por convocar as versões brasileiras das aglomerações-relâmpago, diz não concordar com Bill Wasik sobre ser "inevitável que os "flash mobs" acabassem". "Era muito fácil que eles continuassem", defende. E completa: "Acho que podem retornar".
Alguma razão ele tem. Mais do que farsa, uma espécie de "retorno" estava marcado para hoje, às 11h39 e 13 segundos, pelo meridiano de Greenwich. Correu na internet uma convocação para o "World Jump Day", que pedia que milhões de participantes, nessa mesma hora, dessem um pulo para "ajudar a colocar o planeta Terra numa nova órbita".
Outra tentativa recente de reavivar o fenômeno se deu em junho, na Rússia, quando manifestantes organizaram um "flash mob" para protestar contra o controle que o presidente Vladimir Putin exerceria sobre a mídia local.
De toda forma, o ciclo de ímpeto inicial e posterior abandono ocorreu por toda parte em 2003, e também no Brasil. A tendência foi de esvaziamento após uma primeira mobilização convocada com sucesso para a av. Paulista em 13 de agosto, quando os participantes tiraram os seus sapatos e bateram as solas contra o asfalto durante o intervalo de um abrir-e-fechar do sinal.
"Já tínhamos estabelecido que seriam quatro ações experimentais, que não se repetiriam na forma", afirma Golande. "Nossa proposta era realmente fazer essas quatro e depois acabar."
O artista plástico brasileiro diz concordar com o argumento desenvolvido por Wasik para explicar seu experimento e o rápido consumo cultural atual. Afirma ainda que seu interesse era justamente fazer, ele também, "uma análise" do comportamento dos internautas e uma pesquisa sobre as fronteiras entre o que é e o que não é arte.
"Como tendência, também fui surpreendido. Pelo vazio da coisa. Pela busca do coletivo de forma efêmera", declara.


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