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Tizuka Yamasaki reage a "patrulha ideológica"
DA ENVIADA A GRAMADO
A cineasta Tizuka Yamasaki
pede um basta: "Chega de patrulhas ideológicas!"
Ela reage à bandeira em favor
do baixo orçamento para filmes brasileiros, lançada no
Festival de Gramado pelo diretor Domingos Oliveira, sob a
divisa "BOAA" (Baixo Orçamento e Alto Astral).
Yamasaki e Oliveira concorrem aos troféus Kikito, que serão entregues nesta noite. Ela,
com "Gaijin -Ama-me como
Sou", de R$ 10 milhões. Ele,
com "Carreiras", feito em vídeo digital, com R$ 35 mil.
"Não faço cinema para o meu
ego. Faço cinema para falar
com milhões de pessoas", diz
Yamasaki. Oliveira, que não
evita o rótulo de Woody Allen
brasileiro, é conhecido por seus
filmes autobiográficos, nos
quais atua.
Para Yamasaki, os filmes nacionais deveriam competir
com os de Hollywood, sem
desvantagens comparativas.
"Não quero circuito de arte.
Quero ter a chance de concorrer de igual para igual", diz. A
cineasta afirma que, com seu
discurso pelo baixo orçamento,
Oliveira é "porta-voz de um
grupo de pessoas que pensam
que, como terceiro-mundistas,
não temos direito a nada".
"Quero ter direito a tudo", diz.
Convidado pela Folha à tréplica, Oliveira diz: "Não sou
contra outro tipo de filme.
Acho esses filmes [grandes]
uma boa. Discuto é a prioridade que o governo deve ter [na
concessão de incentivos à produção de cinema]".
O argumento do diretor é
que, se mais filmes (com menor custo) forem feitos, aumentarão as chances de haver
títulos de qualidade entre eles
-a idéia de que a qualidade
surge da quantidade.
Sem um expoente de qualidades incontestáveis, o destino
dos troféus Kikito é um enigma, no caso dos seis filmes de
ficção em disputa.
Entre os documentários,
"Doutores da Alegria", de Mara Mourão, arrebatou a platéia
e deve merecer também o reconhecimento do júri.
A cerimônia de encerramento, prevista para as 21h, será
transmitida pelo Canal Brasil,
com comentários do crítico da
Folha José Geraldo Couto.
(SA)
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