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Álbum promete ser clássico do futuro
LUIS S. KRAUSZ
especial para a Folha
O concerto duplo de Brahms,
hoje considerado a culminação de
seu "opus" orquestral, acaba de
ganhar uma gravação a cargo de
Itzhak Perlman e Yo-Yo Ma,
acompanhados pela Sinfônica de
Chicago, sob regência de Daniel
Barenboim.
Esse concerto foi apresentado
pela primeira vez há 110 anos, e
reúne as conquistas musicais dos
mais de 30 anos de carreira que
Brahms tinha então.
Mas juntamente com as partituras, o compositor enviou uma carta a seu editor, onde qualificava a
obra como "minha mais recente
tolice, qual seja um concerto para
violino e violoncelo".
Em suas obras, Brahms buscou a
unidade formal por meio de uma
técnica de desenvolvimento de
motivos sem precedente na história. O seu impulso criador aparece,
aqui, com a potência característica
de sua revolucionária música de
câmera.
Embora repetindo o que Beethoven fizera 84 anos antes em seu
"Concerto Tríplice", a obra foi
recebida com reservas.
A duplicidade de solistas propõe
dificuldades, e o encontro dos gigantes Perlman, Ma e Barenboim
certamente não foi tão simples
quanto podem sugerir a harmonia
e a força dessa gravação.
Esses músicos têm, cada um,
concepções claras (e fundamentadas) sobre interpretação, mas Barenboim conseguiu encontrar o
que há de comum entre as idéias
musicais dos dois solistas e as suas.
Autêntico trabalho de equipe,
esse esplêndido registro é um clássico do futuro, destinado a receber
numerosas reedições.
O mesmo CD traz também o
"Concerto para Violino" de
Mendelssohn, com Perlman, Barenboim e a Sinfônica de Chicago.
A obra dá amplas oportunidades
a exibições de virtuosismo. Perlman aproveita-as, ostentando o
brilho, a técnica e a sonoridade
que lhe garantem o lugar de um
dos maiores violinistas do século
20.
Disco: Concerto Duplo de Brahms e
Concerto para violino de Mendelssohn
Lançamento: Teldec
Quanto: R$ 30 (em média)
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