DE NOVA YORK

Outubro será o mês de Madonna. A rainha do pop de 44 anos retoma o mundo de assalto com sua volta às telas, às TVs, aos jornais, capas de revistas, outdoors e onde mais ela possa estampar sua (falsa) cabeleira loira para divulgar dois novos filmes, um single, um videoclipe, um livro infantil...
Começando pelo começo: estréia no dia 11 nos EUA "Swept Away", refilmagem de uma comédia italiana de 1974 dirigida por seu marido, o britânico Guy Ritchie ("Snatch").
No filme, ela é a milionária mimada Amber Leighton, que depois de um naufrágio termina numa ilha deserta com o marinheiro comunista que havia humilhado durante toda a viagem. Ele é interpretado pelo italiano Adriano Giannini, filho do ator Giancarlo Giannini, que fez o mesmo papel no filme original.
Aí iniciam as polêmicas. Recentemente, o italiano comentou que a cantora pediu para que ele batesse nela com mais força durante a gravação de uma cena. "Eu dei um tapa nela, mas Madonna achou que não era suficientemente violento e pediu para que eu a estapeasse de verdade."
Na mesma época, supostamente depois de reações contrárias de platéias-teste, Guy Ritchie decidiu reeditar as cenas mais violentas e sexuais, especialmente uma de sexo anal não-explícito entre o casal principal. "Achei que ninguém teria estômago para ver isso", disse o britânico. "A sodomia não está mais na moda."
Explicação diferente deu Madonna à última edição da revista "Vanity Fair", que a traz na capa num look retrô. "Eu não me importo de aparecer nua nos filmes, mas Guy não queria, para falar a verdade. Além disso, diferentemente do que muita gente pode pensar, não gosto especialmente de ficar beijando estranhos."
Dias depois, ela aparece em ponta em "Um Novo Dia Para Morrer", o 20º filme da cinessérie do agente secreto 007, em que interpreta uma lésbica que tenta matar James Bond. Madonna participa também da trilha com a música-tema, "Can You See My Mind", cujo clipe está previsto para estrear no fim de outubro na MTV norte-americana.
A música foi definida pelo site Popbitch, que conseguiu uma gravação pirata, como o melhor tema de um filme de 007 desde o clássico "View to a Kill", de Duran Duran, de 1985. "É uma versão hipnótica de dance-pop industrial, repleta de barulhos agudos", definiu o site britânico.
O vídeo, em fase de pós-produção, também foi dirigido por Guy Ritchie e mostra a cantora, com o rosto ensanguentado e uma tatuagem no braço, sendo interrogada por dois policiais chineses. Então, ela é torturada tendo a cabeça mergulhada várias vezes numa tina de água, consegue fugir, mas termina amarrada a uma cadeira elétrica e entoando um cântico da cabala, uma derivação mais mística do judaísmo.
Por fim, a cantora avisa que está escrevendo um livro infantil com "tema espiritual". Dirigido a leitores entre 5 e 8 anos, tendo Ritchie como co-autor, a obra tem lançamento previsto para o começo do ano que vem. "Eles adoram ler historinhas para seu filho, Rocco, e por isso acham que podem escrever um livro melhor do que todos os outros", disse um amigo do casal ao site "People News".
Na mesma "Vanity Fair", Madonna explica sua atual fase. "Na verdade, nada é o que parece", disse ela. "Antes do nascimento de Lourdes (sua primeira filha), eu vivia num universo muito eu, eu, eu. Isso agora mudou."
A diferença entre ela e Michael Jackson, personalidades quarentonas que revolucionaram o mundo pop na década de 80, é que a primeira consegue se reinventar a cada par de anos, enquanto o segundo continua parado no (seu) tempo. (SÉRGIO DÁVILA)

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