São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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Programação de 2010 terá românticos e gravuristas

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova leitura da arte brasileira, não focada em nomes consagrados, e com mostras atraentes em um ano de Bienal de São Paulo. Assim o curador do Masp, Teixeira Coelho, 65, imagina que a instituição de- senrole a sua programação no ano que vem.
"Hoje em dia as linhas de força da arte brasileira são Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel. Fora daí não existe mais nada. Queremos mudar isso", afirma ele.
A primeira mostra demonstrativa desse outro olhar da arte brasileira pelo Masp deve ser a do pouco lembrado Fernando Odriozola (1921-1986), cujo estilo é próximo da abstração informal. Conhecido por suas ilustrações para jornais, teve individuais em museus como o MAM-SP e foi premiado na 8ª Bienal de São Paulo, em 1965.
"Esse movimento de arte informal ficou à margem. E alguns ficaram mais marginais ainda", diz o curador, que pretende montar uma mostra do artista até o final de 2010.

Ainda em 2009
Na programação deste ano, estão previstas duas exposições que devem mobilizar um bom público para o museu paulistano. A primeira é dedicada a Walker Evans (1903-1975), fotógrafo que retratou a "América profunda". A reunião de 120 imagens do americano vai de 1º de outubro a 10 de janeiro.
A outra mostra vai abrigar, a partir de 28 de outubro, 194 fotografias e 23 esculturas de Rodin (1840-1917). O artista é lembrado pelas imensas filas que suas obras provocaram, em 1995, na Pinacoteca.
"Obviamente [Rodin] cria uma grande atração. Não sabemos se vai corresponder exatamente àquilo que o público espera. Mas há uma curiosidade em ver fotografias e como era o ateliê dele", avalia Coelho.

2010
O curador do Masp, apesar de ter uma grade pontuada de exposições representativas, não é otimista sobre a concretização de todas elas. "Nós vamos sentir a crise no ano que vem. Nós não a sentimos muito em 2009, até pela programação da França por aqui", diz ele. "Mas o ano de 2010 vai ser uma incógnita."
No entanto, Coelho acredita que boa parte do planejamento vai ser seguido. Ele será o responsável por um recorte de românticos dentro do acervo do museu, que está garantida para janeiro de 2010. E, até junho, devem ser realizadas uma mostra de gravura brasileira e uma dedicada ao escultor Xico Stockinger (1919-2009).
(JULIANA VAZ E MARIO GIOIA)


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