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DANÇA
Projeto baiano selecionou cinco iniciantes, entre 42 inscritos, que puderam criar seus espetáculos
Ateliê oferece controle total a coreógrafos
KATIA CALSAVARA
ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
De repente o criador percebe-se
amparado não só por sua própria
idéia mas por todo o aparato que
envolve o processo de maturação
da obra. No caso da dança, sabe-se que elenco, música, cenário, figurinos, iluminação e palco devem estar de acordo com as idéias
do coreógrafo.
O Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, projeto idealizado em Salvador pela ex-bailarina Eliana Pedroso, incentiva a criação de coreógrafos iniciantes e está em sua
terceira edição. Neste ano, selecionou cinco artistas -Kleber
Damaso (GO), Luiz de Abreu
(SP), Saulo Uchôa (PE), Carlos
Laerte (RJ), e Clênio Magalhães
(BA)- que puderam escolher a
trilha sonora do espetáculo, projeto de luz, cenografia, figurinos e
elenco, a partir de audições realizadas na cidade.
"Construindo Janice", do bailarino Kleber Damaso, 25, abriu o
evento, que termina hoje. Ele conta que sempre quis trabalhar com
um retroprojetor e levou o instrumento, que considera arcaico e
"midiático", ao palco.
O artista plástico Guilherme
Wohlgemuth, 21, é o responsável
pelo cenário que vai sendo desenhado em tempo real durante o
espetáculo. Com o retroprojetor,
as imagens são projetadas no fundo branco do palco. "Nós fazemos
um exercício de contaminação
entre traço e movimento e, a partir daí, construímos as histórias e
os personagens", conta Damaso.
Com "Samba do Crioulo Doido" o bailarino Luiz de Abreu, levou ao palco dez bailarinos negros, todos nus. Ali surgem "coisificados", com imensas botas prateadas, sacolejando ao som do
samba. "Em cena está a carnavalização do negro e a relação de
amor e ódio que tenho com o meu
país", fala Abreu.
Em "Relações", de Carlos Laerte, os bailarinos, com movimentos precisos, que sugerem diálogos o tempo todo, escalam uma
rampa instalada no centro do palco e mostram um intrigante jogo
de "me segura aqui que te seguro
ali", típico de relações amorosas.
"Oposto", de Clênio Magalhães,
brinca com os recursos da tecnologia e leva ao palco um ambiente
futurista em guerra. Hoje será
apresentado "Vermelho", de
Claudio Uchôa, com direito a bis
de "Construindo Janice".
A jornalista Katia Calsavara viajou a
convite da organização do evento
ATELIÊ DE COREÓGRAFOS
BRASILEIROS. Quando: hoje, às 20h.
Onde: teatro Castro Alves (pça. Dois de
Julho, Salvador, tel. 0/xx/71/ 532-2323).
Quanto: R$ 10.
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