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TELEVISÃO
Crítica
"O Auto" é exemplo de filme nacional com raiz na TV
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não devia ser assim. "O Auto da Compadecida" (Canal Brasil, 18h15, livre) passou primeiro como minissérie de TV, depois estourou como filme.
Isto é, podia-se esperar que o
espectador, já tendo visto aquilo na TV, dissesse: "Para que ir
ao cinema e ver tudo de novo?".
Mas ocorreu o contrário. A minissérie funcionou como uma
propaganda. Quem vira quis
rever, em versão menor, a história de João Grilo, que, à custa
de esperteza, consegue sobreviver às injustiças do sertão.
A peça de Ariano Suassuna é
um clássico do humor brasileiro. A produção da Globo, no entanto, é que desde então transmite confiança ao espectador.
Em tempos recentes, o fenômeno se repete: é quando cheira à TV que o espectador vai em
massa ao filme brasileiro.
Ou seja, nosso hábito da TV,
tão forte, orienta a indústria de
cinema e seu consumo. Já o filme é outra coisa, é uma arte.
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