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Medida exige venda de meia-entrada pela web
Projeto aprovado pela Câmara torna obrigatória a oferta do benefício on-line
Decisão deve ser aprovada no Senado, onde se discute restrições à meia-entrada: um projeto sugere limitar descontos a 40% do total
LARISSA GUIMARÃES
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o Senado Federal
discute restrições para a venda
da meia-entrada, a Câmara dos
Deputados aprovou anteontem
projeto de lei que torna obrigatória a venda desse tipo de ingresso pela internet para qualquer tipo de evento.
A proposta aprovada pelos
deputados, que segue para votação dos senadores, exige, para a compra da meia-entrada,
que o consumidor apresente
carteira comprovando direito
ao benefício ao usar o ingresso.
Caso não apresente o documento, perderá o ingresso. Já
os responsáveis pelo evento
que não disponibilizarem o serviço, poderão pagar multa ou
terem suspenso seu funcionamento. Atualmente, apesar de
não-obrigatório, algumas empresas já permitem a venda.
"Privar o consumidor das facilidades oferecidas pela rede
mundial de computadores é
ação condenável, que dificulta
exercício do direito previsto em
lei. A iniciativa tem o intuito de
corrigir tal distorção e regularizar a venda de ingressos com
desconto pela internet", justificou o deputado Felipe Bornier
(PHS-RJ), autor da proposta.
No Senado, a Comissão de
Educação, Cultura e Esporte
deve votar na próxima semana
um projeto que limita o benefício da meia-entrada a 40% do
total de ingressos em cinemas,
teatros, shows e eventos educativos, esportivos e de lazer.
Essa proposta, dos senadores
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
e Flávio Arns (PT-PR), deveria
ter sido votada anteontem, mas
houve um pedido de vista do senador Inácio Arruda (PC do B-CE), o que adiou a votação.
Além de estabelecer cota para a meia-entrada para estudantes da educação básica e do
ensino superior, o projeto de lei
prevê a regulamentação das
carteiras estudantis.
A senadora Marisa Serrano
(PSDB-MS), relatora do projeto, afirma que o estabelecimento de uma cota é uma tentativa
de regulamentar o mercado e
baratear o preço dos ingressos.
Os estudantes são contrários
a qualquer tipo de cota, e os
produtores artísticos afirmam
não ser possível trabalhar sem
o limite de meias-entradas. A
briga é antiga, mas cresceu
quando se cogitou limitar o uso
da carteirinha estudantil nos
fins de semana, proposta que
acabou sendo descartada.
O diretor da Abeart (Associação Brasileira dos Empresários
Artísticos), Ricardo Chantilly,
diz que hoje os ingressos estão
mais caros do que há alguns
anos porque os ingressos de
meia-entrada representam
cerca de 80% dos pagantes.
"Não existe meia-entrada de
verdade no país. Fica difícil trabalhar sem uma previsão de
quantos serão meia-entrada."
Segundo a presidente da
UNE (União Nacional dos Estudantes), Lúcia Stumpf, a entidade quer a regulamentação
das carteirinhas estudantis.
"Por uma questão de princípio,
nós não aceitamos a limitação
de um direito conquistado."
Veja opinião de
estudantes e empresários
www.folha.com.br/083241
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