|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pouco visitado, conjunto é valioso, afirma pintor
Para Paulo Pasta, capela na zona sul de SP mostra dois lados da arte de Volpi
Conjunto Cristo Operário recebe apenas comunidade do bairro, mesmo com trabalhos de Geraldo de Barros e Elisabeth Nobiling
DA REPORTAGEM LOCAL
O conjunto dominicano do
Alto do Ipiranga é um valioso
exemplo de arte em igrejas,
mas ainda é pouco visitado.
"Tirando as duas missas semanais, quando a comunidade
do bairro vem, a capela não é visitada como poderia. Só celebramos dois casamentos desde
que estou por aqui", conta o frei
Marcelo Alves.
"Existe quase um anonimato
sobre essa capela do Volpi. Ela é
muito pouco valorizada", afirma Paulo Pasta, um dos mais
importantes pintores em atividade no Brasil.
"A capela é a obra mais pública de Volpi. Lá estão entrelaçados dois lados de sua arte, a aspiração quase franciscana de
arte e a vocação moderna, de
síntese e simplificação", avalia.
Para Olívio Tavares de Araújo, a pintura feita para o altar da
capela é bastante representativa na trajetória do artista. "Já
se vê o Volpi mais moderno,
com o uso geometrizante das figuras, um grande domínio da
cor e a relação com o espaço."
Feito em 1951, o mural do altar já revela a influência de viagem que Volpi (1896-1988) fez
para a Itália, quando se impressionou com os afrescos de Giotto (1266-1337), em Pádua, e a
pintura de Margaritone d'Arezzo (1236-1293), em Arezzo.
"Volpi também dialoga com a
comunidade. Há a fábrica ao
fundo e Santo Antônio, que não
é dominicano, em uma das paredes, já que há uma devoção a
ele no bairro", conta Alves.
Há obras importantes de outros artistas no conjunto. O jardim foi recentemente reformado, de acordo com especificações do escritório Burle Marx,
autor do projeto inicial.
As esculturas são de Moussia
Pinto Alves (1910-1986). Geraldo de Barros desenhou o vitral
da sacristia. Elisabeth Nobiling
(1902-1975) realizou luminárias, castiçais e a pia batismal. E
Giuliana Segre Giorgi fez a outra pintura da sacristia.
(MG)
CAPELA CRISTO OPERÁRIO
Quando: de seg. a sex., das 8h às 11h e
das 13h30 às 17h, sáb., das 8h às 12h, e
dom., das 10h às 12h
Onde: r. São Daniel, 119, SP, tel. 0/xx/
11/3881-8823; livre
Quanto: entrada franca
Texto Anterior: O mistério da capela do Ipiranga Próximo Texto: Moda ocupa centrão Índice
|