São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Moda ocupa centrão

26ª Casa de Criadores organiza desfile-passeata e leva evento para espaços públicos de São Paulo

A Casa de Criadores cresceu e decidiu tomar conta da região central de São Paulo. Com seis dias de duração (o dobro das edições anteriores), o evento abre a temporada outono-inverno 2010 com uma "fashion mob" -um desfile-passeata aberto à participação de estilistas amadores e performers.
Até quarta, havia 150 grupos inscritos, que mostrarão suas criações e intervenções num desfile organizado em blocos, que sairá do largo do Arouche às 14h30 do próximo domingo, rumo ao parque da Luz.
Os participantes serão avaliados por um corpo de jurados (os nomes serão mantidos em sigilo pela organização), e o grupo com melhor nota ganhará a chance de desfilar na próxima edição do evento. "Senti que a moda brasileira precisava de um acontecimento que desse oportunidade para qualquer pessoa mostrar suas criações e que fosse aberto ao público", conta André Hidalgo, idealizador e diretor da Casa.
Além da "fashion mob" e dos desfiles tradicionais, a programação da Casa de Criadores inclui uma série de palestras e debates, que serão realizados na Pinacoteca do Estado.
Os temas dos encontros vão da crítica de moda a assuntos como reciclagem. "Descobrimos que a vocação do evento é, cada vez mais, prestar serviço ao público e aos estilistas, aproximar a moda da população por meio da informação e de iniciativas que ocupem o espaço público da cidade", diz Hidalgo.
A maioria dos desfiles acontecerá, como nas últimas temporadas, no shopping Frei Caneca. Mas há exceções: na região central, a grife As Gêmeas ocupará o parque da Luz, e Walério Araújo levará seu deboche ao Museu da Língua Portuguesa; já a oNONO vai organizar uma performance na galeria Cartel 011, em Pinheiros.
Apesar do crescimento do line-up da Casa nesta 26ª edição -em contraponto às demais semanas de moda no mundo, que estão enxugando os seus calendários-, Hidalgo afirma que não precisou aumentar custos de produção. "Pensamos grande, mas de forma criativa. Conseguimos ampliar a visibilidade dos nossos desfiles sem apelar para espetáculos caros e cheios de ostentação", justifica.
É uma fase de boas mudanças para a Casa, que culmina os esforços feitos nas últimas temporadas para tirar o evento da estagnação. Além de recuperar seu contato com as ruas -a 19ª edição aconteceu no vale do Anhangabaú e no viaduto do Chá, numa interação interessante com a cidade-, a Casa de Criadores abriu também a sua primeira loja coletiva, nos Jardins (al. Lorena, 1.682, esquina com r. Haddock Lobo).
"O movimento está grande, e só inauguramos há cerca de um mês. É uma vitrine nobre, que esses estilistas só conseguiram por conta de nosso trabalho como grupo. Estamos todos orgulhosos", comemora Hidalgo.

com VIVIAN WHITEMAN



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