São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

MADONNA EM SÃO PAULO

Ronaldo e políticos VIPs agitam o Morumbi

Diógenes Campanha/Folha Imagem
Iara Jereissati aproveita o terceiro show de Madonna no Brasil, no estádio do Morumbi

"Vamos lá, Ronaldo, tem uma cerquinha sossegada, só pros VIPs. Porque na pista não dá... Até puxaram o cabelo da Carol (Bittencourt). Mas esse cercadinho é ótimo", insiste o empresário Álvaro Garnero, amigão do novo contratado do Corinthians, Ronaldo. O jogador pensa, mede o Morumbi lotado com os olhos e conclui: "Não vou descer, não".

 

O jogador é o único convidado do camarote Renner a passar a noite toda cercado por seguranças -às vezes quatro, às vezes dez. Até para ir ao banheiro. A proteção era tanta que duas fãs drag queens, que o esperavam para fotografá-lo na porta do sanitário, o perdem de vista. "Aaaaah! Ele já saiu daqui?", diz uma delas. Ronaldo também é o único a não descer até a pista VIP para ver o show. E é só Ronaldo, garoto-propaganda da Nike, que não usa camiseta do patrocinador do camarote. E o único a se recusar a falar com a imprensa.
 

"Vocês vão ficar aí escutando a conversa dos outros?", pergunta o jogador para dois jornalistas por cima do ombro de seus seguranças. "Ah, quer dizer que o trabalho de vocês é faltar com educação?", diz ele. "Já disse que não vou falar com vocês. Se vocês estão trabalhando, eu não estou. Ainda estou de férias."
 

Amigos do jogador, como o apresentador Bruno de Luca e Garnero, descem para a pista VIP para ver Madonna de perto. Sobram Ronaldo, seu copo de energético e os seguranças.
 

"Dança bastante. Aproveita!", dizia, por telefone, o empresário Carlos Jereissati, um dos acionistas da Oi/Telemar, à mulher, Iara. Enquanto ela curtia Madonna no Morumbi, o marido, em casa, acompanhava a aprovação, pela Anatel, da compra da Brasil Telecom por sua empresa. Atenta, Iara, que estava no camarote da concorrente Claro, veste rapidamente uma jaqueta na hora das fotos, para não exibir o logo da operadora na camiseta-convite. "Nem me fale disso", dizia Iara sobre a fusão. O assunto, no entanto, está nas rodas, já que a Claro convidou dezenas de políticos para o camarote.
O celular do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) toca. "A fusão foi aprovada", dizem do outro lado da linha. Ele transmite a informação a Marcelo Bechara, "consultor jurídico do [ministro das Comunicações] Hélio Costa", sentado ao seu lado na arquibancada do camarote.
 

Bornhausen diz que não é "tão fã assim da Madonna", e comenta o fato de a popstar não ter sido recebida pelo presidente Lula porque ele não oficializou o convite. "Deve ter tido greve de tradutor. Se o Lula acha que é rei, ela é rainha. Cada reinado tem seu protocolo", diz Bornhausen.
 

O correligionário ACM Neto (DEM-BA) discorda. "O presidente está certo. Se quisesse ver a Madonna, estaria aqui." "É uma visita comercial, não tem nada político", diz o deputado Julio Semeghini (PSDB-SP), concordando com ACM.
 
Outro convidado da Claro, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), tem um copo de caipirinha na mão e o filho Tai-pan, 18, ao lado. "É T de tarado, A de...", soletra. Para ele, Lula e Madonna "são dois chefes de Estado. O cerimonial errou", diz. "Já o Serginho [Cabral, governador do Rio] tirou foto, rezou com ela. Também, se mandasse fazer macumba, dançar no palco, ele faria. O que vier, o Serginho traça."
 

O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) aparece no camarote da Claro com a namorada, Manuela D'Ávila (PC do B-RS). No palco, Madonna grita "Brasil!! Te amoo!!". "Viu? Ela ama o Brasil", diz Manuela.
 

Madonna pede que um fã escolha uma música. Ele diz que se chama Márcio; ela entende "Macho" e grita a palavra para o Morumbi inteiro. Joaquim Constantino Neto, da Gol, retruca no camarote. "Macho? Acho que ela está querendo homem. A gente devia ir lá e se apresentar para ela", diz ao repórter. Depois do show, uma fã se aproxima de Toni Garrido, oferecendo os lábios. O cantor recua e aponta a mulher, Regina Coelho. Ela pede desculpas, tira uma foto e vai embora.

Novela baiana
Mais um capítulo no inventário do senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007: uma mulher que trabalhou nos gabinetes do próprio ACM e de seu filho, Luís Eduardo, morto em 1998, e também do senador Antônio Carlos Magalhães Jr., ingressou com uma ação na Justiça de Brasília solicitando investigação de paternidade, sob alegação de que tem um filho de Luís Eduardo. Além do pedido, que corre em segredo de Justiça, ela ingressou com ação em Salvador, solicitando a parte de seu filho na herança do senador.

NOVELA 2

O senador ACM Jr., filho de ACM, diz que demitiu a mulher recentemente "ao constatar que ela não dava mais expediente em meu gabinete". Ele confirma que os advogados da família já foram notificados do pedido. E afirma que "nenhuma decisão judicial foi dada até agora".

DJARDINEIRO
Marcelo Faisal está aproveitando o fim do ano para colocar em prática sua porção DJ. É responsável pelo som de quatro festas só neste mês.

RODA O BALEIRO
Que moda, que nada. Do outro lado do mundo, mais exatamente no Japão, Isabela Capeto vem sendo destaque nas artes plásticas. E não apenas com os painéis bordados com paetês e miçangas que expõe no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. As balas vendidas no museu com o logotipo da estilista já estão entre os itens mais disputados.

CURTO-CIRCUITO
A EDITORA CENA MUDA inaugura hoje novo endereço: praça Nossa Senhora da Paz, no Rio. Haverá lançamento do "Calendário Zefiro 2009", com tiragem de cem exemplares.
A LIVRARIA SOBRADO e a Ophicina Recreare promovem hoje narração de histórias e oficina de leitura infantil, a partir das 15h. Recomendado para crianças entre três e 12 anos.
A FOTÓGRAFA e artista plástica Cláudia Proushan autografa hoje, às 11h, o livro "Tibet - No coração do Himalaia", na Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim.

com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA, DÉBORA BERGAMASCO e LUIZ FRANCISCO, da agência Folha de Salvador



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