São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Coxas e bumbum duro transmitem força e poder

Corpo de Madonna foi construído e lapidado estrategicamente ao longo de 25 anos, revelando obsessão da cantora por malhação

ANGÉLICA BANHARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não há segredo. A fórmula de Madonna para chegar aos 50 com o corpo de uma atleta olímpica, como vemos na turnê "Sticky & Sweet", pode ser resumida numa palavra: disciplina. Assim como cada centímetro dos músculos da cantora foi estrategicamente construído nos últimos 25 anos, no show tudo é milimetricamente estudado para mostrar o resultado da quase obsessão da cantora por malhação.
O figurino colado e transparente do início diz tudo: dá para ver cada músculo lapidado. Apesar de estar magra demais - o Índice de Massa Corporal dela deve estar em torno de 17, enquanto o de uma mulher normal costuma variar entre 18,5 e 24,9% -, a impressão que temos é de uma supermulher. Sua imagem transmite poder e força: coxas desenhadíssimas, bumbum duro feito pedra.
O tecido fininho deixa ver a barriga "riscada" como a de um surfista. Mas são os ombros e braços que chamam mais atenção. Magros, são puro músculo, com veias dilatadas que podem ser resultado tanto do excesso de exercícios como da baixa gordura corporal.
O papel da atividade física na vida da cantora fica explícito na primeira e segunda partes do show: a performance atlética disputa espaço com a música. Na seqüência do vídeo "Die Another Day", em que ela aparece num ringue de boxe e seu corpo rouba a cena, Madonna entra no palco para cantar "Into the Groove" pulando corda! Mesmo gente muito bem condicionada perderia o fôlego. Mas a diva, não: solta a voz e ainda ensaia alguns movimentos de pole dancing, a dança do poste, enquanto seu time de bailarinos faz uma verdadeira aula de ginástica no palco.
Em um momento de elevação explícita da auto-estima, a loira mostra o bíceps para um bailarino da forma clássica que o marinheiro Popeye demonstrava sua força. No intervalo das manifestações voluntárias de seus dotes atléticos, Madonna continua a fazer aquilo que sempre fez bem: dança, dança e dança... Sem parar. Na terceira parte do show, "Gipsy", em que os elementos ciganos e latinos dão o tom, a dança com toque flamenco predomina. Possivelmente para uma retomada de fôlego para a última parte, "Rave/Dominatrix", em que Madonna volta a ser uma máquina de explosões e saltos e tem sua apoteose com "Give It 2 Me" -a coreografia lembra os tempos da aeróbica.

Evolução da forma
A mudança da cantora no início dos anos 90 é fácil de explicar. Quando se tem uma silhueta mais roliça, um bom treino de musculação pode provocar resultado rápido, mudando o corpo em meses.
Difícil é justificar o físico de Madonna aos 50 anos, uma vez que os seres normais começam a perder massa muscular aos 30 anos -e, com o tempo, fica mais difícil manter a forma.
Mas Madonna sabe: os olhos do mundo todo estão voltados para ela. Até porque tem consciência de sua idade, abraçou um esquema de malhação como nunca antes. Sem falar na alimentação da cantora, com base macrobiótica e alimentos escolhidos a dedo. Não dá para ser como ela: Madonna é única. Serve apenas como inspiração.


ANGÉLICA BANHARA é diretora de redação da revista "Boa Forma".


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