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Crítica/cinema/"Uma Vida sem Regras"
Vampiro de "Crepúsculo" protagoniza filme inexpressivo
Ator Robert Pattinson vive músico rejeitado pela namorada em comédia dramática
RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Existe uma, e apenas
uma, razão para o lançamento de "Uma Vida
sem Regras" no Brasil: a presença de Robert Pattinson no
papel principal. Pouco antes de
estrelar o primeiro filme da série "Crepúsculo" (2008), o ator
participou dessa produção inglesa quase amadora -retirada
agora do escaninho do esquecimento para aproveitar o novo
fenômeno de popularidade.
As jovens admiradoras de
Pattinson terão seu deslumbramento colocado à prova por
"Uma Vida sem Regras". O ator
interpreta um sujeito não apenas sem qualquer glamour, como também sem a mínima graça -que não lembra em nada o
vampiro romântico de "Crepúsculo", ou talvez apenas na
palidez.
Art, o personagem de Pattinson, é um "loser", um perdedor
clássico. Músico frustrado, ele é
abandonado pela namorada e
precisa voltar para a casa dos
pais, que o tratam como um estorvo em suas vidas. As únicas
pessoas que o suportam são
dois amigos, um que tem medo
de lugares abertos, outro que só
pensa em se dar bem com as
mulheres.
Para dar uma guinada em sua
vida, ele gasta suas últimas economias contratando os serviços do dr. Levi Ellington, autor
do livro de autoajuda "Não É
Sua Culpa". O psicólogo passa a
acompanhá-lo dia e noite, mas
a situação de Art só piora.
"Uma Vida sem Regras"
emula as comédias dramáticas
do cinema independente americano, como "Retratos de Família" (2005) e "A Lula e a Baleia" (2005), na esperteza rápida e fácil de sua trama sobre
personagens alienados e famílias disfuncionais. Ao mesmo
tempo, o filme tem o humor duro, árido dos britânicos.
O resultado, cena após cena,
é um desencontro -que a direção burocrática de Oliver Irving, em seu primeiro longa,
nunca consegue evitar. Sobre a
atuação de Pattinson, não há
nada no filme que sugira que
ele iria se tornar um fenômeno
pouquíssimo tempo depois,
embora ele se saia razoavelmente cantando. De qualquer
forma, seria injusto exigir que
ele salvasse um filme tão inexpressivo, que emprestasse algum charme a um personagem
quase catatônico, com apatia
que beira o insuportável. O título "Uma Vida sem Interesse"
talvez fosse mais apropriado
para o filme -assim como um
lançamento direto para o DVD.
UMA VIDA SEM REGRAS
Direção: Oliver Irving
Produção: Reino Unido, 2008
Com: Robert Pattinson, Rebecca Pidgeon e Jeremy Hardy
Onde: Espaço Unibanco Pompeia 8, Frei
Caneca Unibanco Arteplex 8 e circuito
Classificação: livre
Avaliação: ruim
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