São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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Artista quer fazer obra nas ruas de SP

Olafur Eliasson busca espaço público, como a praça da Luz, para reforçar trabalhos que estarão na Pinacoteca

Dinamarquês também fará no Brasil versão de ambiente labiríntico de fumaça com cores, exibido em Berlim

DE SÃO PAULO

Além de dez obras já selecionadas para a exposição, como monumentais espelhos na Pinacoteca, que alterarão a configuração interna do local, Olafur Eliasson espera também ocupar algum espaço público na cidade.
"Ter algo na rua, ou talvez na praça da Luz, fora da Pinacoteca, pode ajudar na qualidade do que acontece dentro", diz o artista.
Para ele, realizar uma obra pública ganha sentido pela própria cultura local: "No Brasil existe uma forte tradição no sentido de comunidade e uma definição de subjetividade que depende em muito da coletividade."
O caráter coletivo, contudo, é marca fundamental de suas obras emblemáticas como The Weather Project (projeto do tempo), na Tate, ou as New York Waterfalls (cataratas de Nova York), que, apesar de espetaculares, não se submeteram à lógica do espetáculo, segundo Eliasson.
"Posso dizer que é sempre possível desconstruir os meus projetos, ver como eles são feitos e, mesmo que em sua escala sejam imensos, não são incompreensíveis. Portanto, não deixo que o espetáculo se submeta à arrogância do comércio. Não quero submeter a ideia de beleza ao marketing", diz.
Essa preocupação com a convivência também tem a ver com as raízes nórdicas do artista, em um Estado que valoriza o coletivo. "Desde cedo, sempre pensei que poderíamos estar juntos, olhando uma obra de arte, e tolerar a pessoa ao seu lado, mesmo que ela tenha uma visão totalmente distinta da sua".
No Brasil, a experiência coletiva será possível também em uma nova versão de um de seus mais impressionantes novos trabalhos, um ambiente labiríntico de fumaça com cores, exibido em sua retrospectiva em Berlim, neste ano. A luz será outra das facetas a serem exploradas pelo artista em São Paulo: "Apesar de se pensar que a luz é um fenômeno globalizado, ela é, na verdade, altamente localizada", diz. (FC)


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