São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRECHOS Nem pensar em contar as mulheres daquela semana. Mulheres e contagem, uma questão dessas nem ocorria a Don Juan, não agora e jamais antes. Ele vivia o tempo das mulheres mais como um grande momento de se deter. Não contar, mas sim soletrar. Seu tempo com as mulheres era um tempo em que não havia mais números. Posso testemunhar: Don Juan é um outro. Eu o conheci como uma pessoa fiel -a fidelidade em pessoa. E comigo, ele foi algo mais que apenas amigável -foi atencioso. E se já encontrei alguém paternal, então ele: qualquer um prestava atenção e acreditava no que ele dizia.
Mas a história, segundo ele
me contou, não tinha nada a
ver com vitória e desejo, pelo
menos não com o dele, Don
Juan. Muito pelo contrário,
com seu olhar -e não com
sua aparência, que não era
nada chamativa- ele
liberava o desejo da mulher.
Extraídos de "Don Juan (Narrado por Ele Mesmo)", de Peter Handke Texto Anterior: Crítica/livro/"Don Juan (Narrado por Ele Mesmo)": Handke inverte constantes do mito Próximo Texto: Candidato do Brasil vai "otimista" para sua "final" do Oscar, amanhã Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |