São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

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Candidato do Brasil vai "otimista" para sua "final" do Oscar, amanhã

"O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" disputa vaga com outros oito filmes

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia amanhã (às 11h30, horário de Brasília) os indicados ao Oscar 2008.
A categoria de melhor filme estrangeiro, em que o Brasil pretende emplacar "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburger, causou rebuliço nos EUA na semana passada, quando foram anunciados os nove finalistas, escolhidos entre 63 candidatos.
"Está havendo uma controvérsia, pelo fato de filmes como [o romeno vencedor da Palma de Ouro] "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" e [a animação francesa] "Persépolis" terem ficado de fora. Mas isso não nos afeta. Estamos otimistas quanto a uma indicação", disse à Folha Stephen Raphael, divulgador que conduziu a campanha do filme brasileiro em Hollywood.
A "controvérsia" foi assim definida pela editora da revista "Variety" Anne Thompson em seu blog: "Sejam quais forem os propósitos do comitê de seleção de filmes estrangeiros -recompensar produções modestas que necessitem de um impulso; votar em filmes de conhecidos e queridos diretores anteriormente indicados; ou se ater a um gosto antigo e não querer se abrir ao novo- [o fato é que] as escolhas não refletem os melhores filmes do ano". A "Variety" publicou em 2007 crítica enfaticamente positiva do filme de Hamburger.
O crítico brasileiro Rubens Ewald Filho, que integrou a comissão responsável pela escolha de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" como representante do Brasil no Oscar, diz que "mais uma vez, o Oscar de filme estrangeiro foi injusto", porque "filmes fortes foram esquecidos".
Ewald Filho avalia que "o mais difícil para "O Ano..." era chegar até aqui [entre os nove finalistas]" e afirma que "é muito provável que ele fique entre os cinco". O crítico aposta também que o veterano cineasta polonês Andrzej Wajda vai obter uma nova indicação.
Já Raphael diz que o favorito deste ano é "The Counterfeiters", o candidato da Áustria. "Conversei com muitos membros da Academia, e esse é o filme que eles preferem", diz.
Assim como "O Ano...", "The Counterfeiters" competiu no Festival de Berlim no ano passado. Ambos saíram sem prêmios. Ambientado na Alemanha nazista, é um filme de estilo clássico.
O ponto-chave do longa austríaco é o dilema moral imposto aos prisioneiros judeus obrigados a produzir moeda falsa para o regime nazista: recusando-se ao "trabalho", assinam sua própria sentença de morte; realizando-o, ampliam o poderio do inimigo na guerra.
Sem ter visto nenhum de seus concorrentes, Hamburger diz: "Aposto que são todos muito bons filmes".


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