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Festival de Curitiba mira estreias para se recuperar
Em março, maior mostra de teatro do país deve ter nove espetáculos inéditos
Edição de 2009 foi marcada por cancelamento de peça mais aguardada e nível fraco; Fringe, seção paralela da mostra, terá mudanças
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Festival de Curitiba, o
maior encontro de artes cênicas do país em número de espetáculos, aposta num contingente expressivo de estreias e no
fortalecimento de sua mostra
paralela (o Fringe) para se recuperar do fiasco de 2009.
Neste ano, o evento acontece
entre 16 e 28 de março. O diretor-geral do festival, Leandro
Knopfholz, promete nove estreias na Mostra Contemporânea, a principal seção.
No ano passado, houve apenas duas -a de "Rock'n'Roll",
primeira montagem brasileira
do texto de Tom Stoppard, foi
cancelada na última hora,
quando a produção alegou que
não teria tempo de montar cenários e fazer ajustes finais, já
que o teatro estava ocupado por
outra peça ("Maria Stuart").
A inadequação de certas salas
às demandas das peças que receberam e a qualidade sofrível
do grosso da programação foram outros problemas.
A lista preliminar de 2010 a
que a reportagem teve acesso
mostra que o público curitibano verá em primeira mão "Do
Fundo do Lago Escuro", peça
de Domingos Oliveira sobre
sua infância. O dramaturgo
também estará em cena.
Mário Bortolotto, que se recupera depois de ser atingido
por três balas numa tentativa
de assalto a um teatro paulistano, é outro autor que defenderá
no palco sua criação. Em "Música para Ninar Dinossauros",
ele contracenará com Lourenço Mutarelli (estreando como
ator teatral) e Paulo de Tharso.
Novos trabalhos de Moacyr
Góes, da Cia. Brasileira de Teatro e da São Paulo Cia. de Dança
engrossam a ala de estreias (veja detalhes à direita).
Espetáculos bem avaliados
em suas praças de origem, como o musical "O Despertar da
Primavera" e o biográfico "Simplesmente Eu - Clarice Lispector", ambos do Rio, também estão escalados para a Mostra
Contemporânea, que deve ter
entre 25 e 27 títulos, segundo
Knopfholz. Do Canadá virão o
solo "Dulcinea's Lament" e
seus ecos de "Dom Quixote".
Fringe
O Fringe, mostra paralela
que aglutina trabalhos menos
midiáticos e por vezes revela
talentos, terá novidades. Nessa
seção, nunca houve curadoria:
todas as produções que se cadastram (e têm condições de
bancar a viagem a Curitiba) são
apresentadas.
Isso democratiza o acesso de
grupos ao festival (293 peças
compareceram em 2009), mas
faz com que navegar pela programação seja frequentemente
um mergulho no escuro. Tudo
o que se tem em mãos para fazer escolhas são sinopses enxutas e pouco elucidativas.
Nesta edição, dois teatros
(Cleon Jacques e Novelas Curitibanas) terão programadores
convidados: Beto Andreetta, da
companhia Pia Fraus, e Chico
Pelúcio, do grupo Galpão.
"Estamos tentando indicar
duas linhas: salas separadas por
gênero -mas não gosto muito
dessa coisa de videolocadora-
e espaços programados por
atores e diretores, que lhes dão
uma identidade", diz Knopfholz, explicando que os curadores montaram suas grades a
partir da lista de inscritos no
Fringe (480) e, em alguns casos, sugeriram que espetáculos
de seu agrado se cadastrassem.
A ideia, segundo o diretor-geral, que prevê gastar cerca de
R$ 3 milhões nesta edição, é
"deixar a programação mais inteligível para o público."
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