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Edição de fotos e ensaios avalia obra de Monteiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando dividiam o ateliê, a
casa número 7 de uma vila em
Pinheiros, Rodrigo Andrade se
espantava com a rapidez de
Paulo Monteiro. "Ele tinha um
fluxo de criação vertiginoso",
lembra Andrade, 47. "Enquanto eu ficava em crise, ele fazia
um painel atrás do outro."
Mais de 20 anos depois da
Casa 7, coletivo que carimbou
para sempre aquele grupo de
jovens pintores, Andrade cuidou da parte gráfica do livro
que mostra toda essa hiperatividade ("Paulo Monteiro", ed.
Cosac Naify; R$ 70; 216 págs.).
Tomando por base a retrospectiva dedicada ao artista em
cartaz na Estação Pinacoteca, o
volume reúne as grandes telas
carregadas de gesto e tinta do
início de carreira, seus desenhos mais vazios do que cheios
e as esculturas, que parecem ter
herdado os gestos antes reservados aos quadros que pintava.
É aí que críticos e o próprio
artista reconhecem sua maturidade. "Naquele momento, eu
já tinha me formado em tudo",
conta Monteiro, 47. Nas páginas do livro, ensaios de Alberto
Tassinari, Paulo Venancio Filho e Taisa Palhares também
comparam suas massas amorfas de chumbo a Rodin e Giacometti e suas linhas tênues às
monotipias de Mira Schendel,
suas grandes ausências.
(SM)
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