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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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MÚSICA

Fatboy Slim escreve história da eletrônica

DA REDAÇÃO

A cada passo, a música eletrônica vai se aproximando dos padrões e estereótipos do rock'n'roll. O registro do show/ rave "Big Beach Boutique 2", em que Fatboy Slim (o DJ Norman Cook) tocou, no ano passado, para um público estimado em 250 mil pessoas na praia inglesa de Brighton, marca o fim da inocência da cultura clubber.
Registro desde já histórico, que será exibido pelo Eurochannel neste domingo, "Big Beach" aproxima-se do circo do rock em dois aspectos: tragédia e culto das massas à imagem.
Segundo anunciou a imprensa na ocasião (julho passado), o show causou a morte de uma garota de 26 anos e deixou 30 pessoas hospitalizadas em estado grave, após um tumulto provocado por uma briga.
É parente próximo de desastres semelhantes ocorridos em shows de bandas como Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers e Rolling Stones. Em 1969, quando uma pessoa morreu em um show do grupo de Mick Jagger, foi decretado um fim simbólico da década.
Mas ao contrário de "Gimme Shelter", filme que registra o momento da tragédia sessentista, "Big Beach" não flagra nenhuma confusão: o que se percebe é uma atmosfera de "paz e amor", tão cara aos hippies e tão próxima da geração clubber.
O registro supera um desafio, ainda não resolvido pela geração eletrônica. Como registrar uma apresentação sem cair no tédio, uma vez que trata-se de "apenas" um homem tocando discos? Vemos aqui uma ágil edição, com rápidos closes no público e tomadas largas da praia. Performático, Cook escreve bilhetinhos, ampliados em telão, para o público.
Um tanto criticado por tocar músicas muito comerciais no show, Cook embala a platéia com "babas", como All Saints, e bons achados, como a introdução de "Born Slippy" (Underworld) e "Sexiest Man in Jamaica" (Mint Royale). (BRUNO YUTAKA SAITO)


BIG BEACH BOUTIQUE 2. Artista: Fatboy Slim. Quando: domingo (dia 23), às 21h, no Eurochannel.


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