|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Colateral" oferta ao público uma viagem divertida
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Amigos vivem tentando me
convencer da genialidade de
Michael Mann. Pode ser, não
descarto. Mas devo admitir que
não a compreendo, ao menos
até agora. Isso não me impede
de ver em "Colateral" (Universal, 21h) um dos filmes americanos mais divertidos dos últimos anos.
O que temos lá? Uma viagem
em que desconhecemos os objetivos, mais ou menos como o
chofer de táxi (Jamie Fox) contratado por Tom Cruise. Este
último é um matador com
agenda cheia: vai de um ponto a
outro para executar sua tarefa.
A diversão vem em grande
parte de nossa ignorância: o
que acontece, de fato? E por
que acontece? Não sabemos,
ou sabemos tão pouco quanto o
taxista.
E será que o próprio matador
sabe muito? Nossas vidas talvez sejam isso mesmo: pura
alienação, como a deles, um
deslocamento, uma vida colateral à vida. Não importa. Importa embarcar, viajar, ver no
que as coisas vão dar. Aliás, talvez não haja alternativa.
Texto Anterior: Série: "Nip/Tuck", ano 4, sofre com "estica-e-puxa" Próximo Texto: Marcelo Coelho: Superbabás em crise de identidade Índice
|