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BEBIDA
Santa Carolina tem bom custo-benefício
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Em meio à onda de lançamentos dos chamados vinhos "ultra-premium", exemplares caríssimos (e muitas vezes sem boa
performance), que tem agitado
nos últimos tempos as vinícolas
chilenas, a Viña Santa Carolina é
uma das casas que mantêm ainda um portfólio com boa relação
custo-beneficio, quesito que,
aliás (e parece que alguns produtores de lá têm se esquecido
disso), lhe deu renome no planeta aos goles do país.
Tradicional vinícola do Chile,
ela foi fundada em 1875 por Luis
Pereyra Cotapos, um empresário que decidiu investir na vitivinicultura o capital ganho na mineração, importando cepas (e
enólogos) da França para implantar os seus parreirais e iniciar a produção de vinhos.
Hoje, a Santa Carolina tem
cerca de 650 hectares de vinhedos localizados nos principais
vales chilenos, como o de Casablanca, ao noroeste de Santiago,
Maipo ou Rapel, no sul do país.
A cantina original, desenhada
pelo arquiteto francês Emile Boyeré e construída em Santiago
no século 19, foi declarada monumento nacional em 1973. As
suas salas subterrâneas -sustentadas por belos muros e arcos de tijolos aparentes assentados com cal e clara de ovo, técnica usada na época- abrigam as
barricas de carvalho, onde amadurecem os vinhos da casa (elaborados hoje em modernas vinícolas como as de Miraflores e
Curicó, ambas na parte sul do
país).
Entre os brancos provados na
última visita (importados pela
Casa Flora, tel. 0/xx/11/3327-5199), merecem menção dois
chardonnay: o Gran Reserva 5
Estrellas 2003, intenso no aroma
(torrefação e fruta) e com bom
corpo e acidez (86/100, R$
37,78), e o Santa Isabel (novo rótulo, ainda não disponível no
Brasil) safra 2004, vivaz, de aroma e sabor amplo marcado por
maçã e toques cítricos (87/100).
Na ala dos tintos, destaque para um par de cabernet sauvignon, o Gran Reserva 5 Estrellas
2003 (perfumado, redondo,
com bom corpo, intenso, 88/
100, R$ 42,89) e o Reserva de Família 2002, de sabor complexo
(tabaco, cassis e baunilha) e longo (89/100, R$ 55,22). No departamento dos Barrica Selection
(linha que conta com um consistente elenco de tintos e um
bom chardonnay), brilhou o
Syrah 2003, de aroma potente e
cativante, que combina fruta
concentrada com toques de caramelo, aveludado e persistente
em boca (89/100, R$ 42,70).
Jorge Carrara visitou o Chile a convite da Casa Flora e da Viña Santa Carolina
BOM E BARATO
SUGESTÃO
ATÉ R$ 40
SORBUS CABERNET
SAUVIGNON-MALBEC 2003
Avaliação: 86/100
Bom para: escoltar uma boa
carne vermelha
saída das brasas
Preço: R$ 29
Onde: Grand Cru
(tel. 0/xx/11/ 3062-6388)
ARGENTINO FRUTADO
A vinícola argentina Dominio Bodega Banfi elaborou este tinto de bom corpo, com
uvas cabernet sauvignon
(60%) e malbec oriundas de
vinhedos de 65 anos de idade,
localizados no Vale de Uco, na
Província de Mendoza. A fruta
(ameixas e groselhas) é predominante no seu paladar extremamente macio, denso e equilibrado. O vinho é perfeito para acompanhar boas carnes
vermelhas.
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