São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2005

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BEBIDA

Santa Carolina tem bom custo-benefício

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Em meio à onda de lançamentos dos chamados vinhos "ultra-premium", exemplares caríssimos (e muitas vezes sem boa performance), que tem agitado nos últimos tempos as vinícolas chilenas, a Viña Santa Carolina é uma das casas que mantêm ainda um portfólio com boa relação custo-beneficio, quesito que, aliás (e parece que alguns produtores de lá têm se esquecido disso), lhe deu renome no planeta aos goles do país.
Tradicional vinícola do Chile, ela foi fundada em 1875 por Luis Pereyra Cotapos, um empresário que decidiu investir na vitivinicultura o capital ganho na mineração, importando cepas (e enólogos) da França para implantar os seus parreirais e iniciar a produção de vinhos.
Hoje, a Santa Carolina tem cerca de 650 hectares de vinhedos localizados nos principais vales chilenos, como o de Casablanca, ao noroeste de Santiago, Maipo ou Rapel, no sul do país.
A cantina original, desenhada pelo arquiteto francês Emile Boyeré e construída em Santiago no século 19, foi declarada monumento nacional em 1973. As suas salas subterrâneas -sustentadas por belos muros e arcos de tijolos aparentes assentados com cal e clara de ovo, técnica usada na época- abrigam as barricas de carvalho, onde amadurecem os vinhos da casa (elaborados hoje em modernas vinícolas como as de Miraflores e Curicó, ambas na parte sul do país).
Entre os brancos provados na última visita (importados pela Casa Flora, tel. 0/xx/11/3327-5199), merecem menção dois chardonnay: o Gran Reserva 5 Estrellas 2003, intenso no aroma (torrefação e fruta) e com bom corpo e acidez (86/100, R$ 37,78), e o Santa Isabel (novo rótulo, ainda não disponível no Brasil) safra 2004, vivaz, de aroma e sabor amplo marcado por maçã e toques cítricos (87/100).
Na ala dos tintos, destaque para um par de cabernet sauvignon, o Gran Reserva 5 Estrellas 2003 (perfumado, redondo, com bom corpo, intenso, 88/ 100, R$ 42,89) e o Reserva de Família 2002, de sabor complexo (tabaco, cassis e baunilha) e longo (89/100, R$ 55,22). No departamento dos Barrica Selection (linha que conta com um consistente elenco de tintos e um bom chardonnay), brilhou o Syrah 2003, de aroma potente e cativante, que combina fruta concentrada com toques de caramelo, aveludado e persistente em boca (89/100, R$ 42,70).


Jorge Carrara visitou o Chile a convite da Casa Flora e da Viña Santa Carolina

BOM E BARATO
SUGESTÃO ATÉ R$ 40

SORBUS CABERNET SAUVIGNON-MALBEC 2003
Avaliação: 86/100
Bom para: escoltar uma boa carne vermelha saída das brasas
Preço: R$ 29
Onde: Grand Cru (tel. 0/xx/11/ 3062-6388)

ARGENTINO FRUTADO
A vinícola argentina Dominio Bodega Banfi elaborou este tinto de bom corpo, com uvas cabernet sauvignon (60%) e malbec oriundas de vinhedos de 65 anos de idade, localizados no Vale de Uco, na Província de Mendoza. A fruta (ameixas e groselhas) é predominante no seu paladar extremamente macio, denso e equilibrado. O vinho é perfeito para acompanhar boas carnes vermelhas.


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