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ÚLTIMA MODA
Museu na França e livro contam a história do pioneiro da bagagem moderna
INVENÇÕES DE LOUIS VUITTON
A poucos quilômetros de Paris,
Asnières-sur-Seine foi no século 19 um cenário ocasional
para pintores como Van
Gogh e Monet. Foi também onde
Louis Vuitton (1821-1892) decidiu, em 1860, construir a sua fábrica e a sua casa, colocando a pequena cidade no mapa da moda.
A fábrica deixou de centralizar a
produção em 1977 e atualmente
produz apenas encomendas especiais e bolsas para os desfiles do
prêt-à-porter em Paris. Na casa,
rodeada por um vasto jardim, fica
hoje o Museu Louis Vuitton
-que a Folha visitou após os desfiles parisienses, no último mês.
O andar térreo da mansão é decorado com móveis e objetos da
família. No piso superior, fica a
preciosa coleção de bagagens de
Gaston-Louis Vuitton (1883-1970), da terceira geração do clã.
O acervo reúne baús dos séculos
16 ao 18, peças históricas da maison Louis Vuitton -como uma
valise de 1924 para o ator Douglas
Fairbanks- e modelos recentes
-como um baú desenhado pelo
diretor de teatro Robert Wilson.
No museu (que só abre para visitas especiais), comparando os
pesados baús do passado com as
malas criadas pela grife francesa
no século 19, entende-se por que
Louis Vuitton é considerado um
dos pioneiros da criação da bagagem moderna.
A partir da década de 1850,
Vuitton iniciou a criação de um tipo funcional de bagagem, bem
mais adequada ao novo viajante
que surgia com a invenção da locomotiva e dos barcos a vapor e a
expansão dos impérios coloniais.
Para substituir os baús pesados,
ele inventou formatos mais planos e leves. Em vez de usar couros
rústicos e malcheirosos, passou a
empregar lona impermeável,
num design sobriamente requintado, mais ao gosto da burguesia
ascendente.
"A criação da maison Louis
Vuitton coincide com o nascimento do capitalismo moderno,
com a euforia com as novas técnicas e o progresso. Louis Vuitton
percebeu que era também o início
da era moderna da viagem", conta o pesquisador Paul-Gérard Pasols, que esteve em São Paulo neste mês para lançar seu livro "Louis
Vuitton - O Nascimento do Luxo
Moderno" (540 págs., R$ 320, à
venda nas lojas da grife).
O livro de Pasols, fartamente
ilustrado, é ao mesmo tempo uma
história da grife e uma narrativa
sobre os diferentes estilos de vida
ao longo de 150 anos. Relata como
Vuitton caiu de imediato nas graças da aristocracia internacional,
transformando-se em sinônimo
de luxo -faltou dizer como a exibição ostensiva da marca virou
também mania entre novos-ricos
e fashion victims.
Um detalhado capítulo explica a
criação da famosa logomarca da
grife -as iniciais LV com os desenhos gráficos inspirados em
motivos medievais, japonistas e
art-nouveau. Criados em 1896 por
Georges Vuitton (1857-1936), filho de Louis, os desenhos já faziam parte do esforço da empresa
em conter as falsificações, que até
hoje causam dor de cabeça aos
seus donos. Atualmente, somente
em Paris, 70 advogados investigam a produção de cópias ilícitas
de uma das marcas mais cobiçadas do mundo.
Raquel Zimmerman, Kate Moss e Naomi fazem nova campanha
A modelo brasileira Raquel
Zimmerman é uma das estrelas
da nova campanha publicitária da
Louis Vuitton, com Kate Moss,
Naomi Campbell e Stella Tennant. A brigada de tops, fotografada nesta semana em Nova York,
entra no lugar de Gisele Bündchen, que foi a imagem da LV no
ano passado. Elas vão exibir tanto
os acessórios quanto a linha de
roupas da marca, desenhada pelo
americano Marc Jacobs.
A decisão de contratar várias
modelos ao mesmo tempo explicita a preocupação da grife em
criar uma campanha capaz de seduzir os mercados muito heterogêneos onde ela tem negócios
-com mais de 300 lojas, dos
EUA à Rússia, da China ao Brasil.
O Brasil é hoje o segundo mercado na América Latina. Era o primeiro até 2004, mas foi ultrapassado pelo México, onde a marca
abre uma nova loja no dia 27.
Das quatro lojas brasileiras,
uma fica no Rio e as demais em
São Paulo. Até 2007, a Louis Vuitton vai abrir mais três filiais no
país -em São Paulo, Brasília e
Belo Horizonte.
Redondinho básico
O que a top suíça Patricia
Schmid, a stylist brasileira
Chiara Gadaleta e a absurda
Karen O., vocalista da banda
Yeah Yeah Yeahs, têm em
comum? O corte de cabelo
mais descolado do momento. O shape é mais arredondado, com certo volume na
franja e atrás. Segue a onda
dos curtos, mas foge do repicado estilo Cláudia Abreu (a
Vitória de "Belíssima"), que
de tão copiado já ficou com
cara de "do ano passado".
A inspiração vem dos anos
60, mas, dependendo da atitude, ganha um ar diferente.
Patricia Schmid, nova queridinha das editoras européias
e capa da "i-D" de março, é
puro glamour na capa do encarte especial sobre automóveis de luxo da "Vogue"
francesa de abril. Já Karen
O., que está nas capas das revistas "Dazed and Confused" e "Spin" deste mês, deixou o penteado com um jeitão mais rocker. Copie já!
RAPAZ DE SORTE
A sorte bate à porta do catarinense Michael Camiloto, 20. Após estrelar campanhas
da Gucci e da D&G, ele é o novo
rosto da Salvatore Ferragamo e
entrou na lista dos modelos
mais disputados, segundo o site
Models.com. Batizado como
Maicon, o moço trocou o nome
a pedido de sua agência, a Marilyn. Depois disso, a carreira
decolou. Será a numerologia?
MCQUEEN NO BRASIL
A cobiçadíssima linha de sportswear
que Alexander McQueen desenvolveu
para a Puma terá lançamento especial
no Brasil em junho. Os fashionistas, porém, terão de esperar um
pouquinho mais para comprar
as peças: a coleção só estará à
venda a partir de maio de 2007,
segundo o presidente da Puma
no Brasil, Andrew Schmitt.
ALCINO LEITE, com Viviane Whiteman - ultima.moda@folha.com.br
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