São Paulo, Quarta-feira, 21 de Abril de 1999
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Lima Duarte pode fazer padre Vieira

da Sucursal do Rio

Lima Duarte será convidado para interpretar o papel do padre Antônio Vieira (1608-1697) em uma co-produção Brasil-Portugal que será dirigida pelo cineasta português Manoel de Oliveira.
O acordo para a co-produção foi acertado em Lisboa pelos ministros da Cultura do Brasil, Francisco Weffort, e de Portugal, Manuel Maria Carrilho.
Segundo Carrilho, que está no Rio acompanhando a delegação de escritores de Portugal, país tema da Bienal do Livro, a previsão é que as filmagens comecem em setembro. O filme deverá estar concluído no início do segundo semestre de 2000 e será rodado em locações no Brasil e em Portugal.
O longa-metragem sobre a vida do padre Antônio Vieira será o primeiro de uma série de quatro, previstos no protocolo assinado pelos dois ministros.
De acordo com o ministro Francisco Weffort, o compromisso firmado entre os dois ministérios prevê que cada um auxilie a produção com cerca de US$ 250 mil.
"Achamos interessante co-produzir agora um filme com um tema ligado à celebração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil", disse Weffort à Folha.
Padre Antônio Vieira passou quase toda sua vida no Brasil, percorrendo as missões no Norte e em parte do Nordeste do país. Nascido em Lisboa em 1608, chegou ao Brasil ainda menino e em 1623 entrou para a Companhia de Jesus, ordenando-se em 1634.
Mesmo antes de sua ordenação, no entanto, Vieira já começara a se tornar conhecido por suas pregações.
Em 1640, um de seus sermões atraiu a atenção da corte. Ao sustentar a vitória das armas de Portugal contra os invasores holandeses, atraiu a simpatia do marquês de Montalvão, que o mandou a Portugal para que prestasse homenagens ao rei d. João 4º.
Ganhou então o título de embaixador itinerante da corte, mas, ao voltar ao Brasil, opôs-se às entradas que caçavam índios no interior do país.
Foi preso em 1661 e mandado de volta a Portugal, onde impressionou d. Luísa, regente do trono português, tornando-a uma defensora dos índios brasileiros.
Com a queda de Luísa, padre Antônio Vieira perdeu sua protetora e caiu nas malhas da Inquisição portuguesa.
De 1663 a 1675, defendeu-se dos processos da Inquisição até conseguir um documento papal inocentando-o das acusações. Pediu então autorização para voltar ao Brasil, o que só conseguiu fazer em 1681. Padre Antônio Vieira morreu na Bahia em 1697, aos 89 anos.


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