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Edição de Bienal pop chega ao fim em clima de "saldão"
DA SUCURSAL DO RIO
Para quem vai às compras no
Riocentro, os melhores dias da
Bienal do Livro do Rio são hoje e
amanhã. Para diminuir o estoque
e não carregar peso para casa, a
maioria das editoras baixa seus
preços nos dois últimos dias da
feira. No domingo, acontece o popular "saldão", com descontos de
50% ou até mais.
"Os descontos entre 20% e 30%
já estão ocorrendo e vão aumentar no domingo. O leitor deve se
aproveitar da nossa fragilidade
para comprar livros baratos", diz
Cristina Warth, dona da editora
Pallas e vice-presidente da Libre
(Liga Brasileira de Editoras).
Entre irônica e realista, a frase
de Warth demonstra insatisfação
com o modelo pop da bienal. Neste ano, houve cenas de histeria em
torno de estrelas não exatamente
literárias como Jean, vencedor do
"Big Brother Brasil", o cantor Felipe Dylon, a apresentadora Eliana e atores de "Malhação".
"Esse modelo é ruim para todas
as editoras, mesmo as grandes. O
público que procura essas atrações compra, no máximo, livros
de R$ 3", afirma Warth.
Dona de uma editora maior
(Jorge Zahar) que está dividindo o
estande com outra maior ainda
(Companhia das Letras), Mariana
Zahar apóia o modelo criado pela
Fagga Eventos e pelo Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).
"A programação deste ano tem
até coisas muito intelectualizadas,
mas que não estão enchendo os
auditórios. É preciso ter opções
para todos os gostos. Para nós, o
resultado está muito bom. Estamos vendendo 10% a mais do que
no último ano", comemora.
A Jorge Zahar é uma das editoras que não participarão do "saldão". Alegando não querer competir deslealmente com as livrarias, manterá só as promoções já
existentes em torno de títulos
com pouco estoque.
Grandes como Ediouro e Objetiva também manterão as ofertas
apresentadas desde o início da
Bienal. No caso da Objetiva, há
descontos para compras acima de
R$ 50.
Até a noite de anteontem, a Bienal tinha recebido 377 mil pessoas, sendo que um terço delas
dentro do programa de visitação
escolar. A organização acredita
em um público de mais de 100 mil
pessoas no fim de semana. A
maior atração é Jô Soares, que fala
hoje, às 16h, e dá autógrafos.
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