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Antonio Candido é eleito intelectual do ano
Crítico é o vencedor da 44ª edição do prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores
DA REPORTAGEM LOCAL
A UBE (União Brasileira de
Escritores) escolheu o crítico
literário Antonio Candido, 89,
para receber o troféu Juca Pato
de Intelectual do Ano de 2007.
Em comunicado oficial, a
UBE justifica a decisão ao afirmar que Candido é considerado "uma das inteligências mais
completas e influentes da cultura brasileira contemporânea" e "autor de várias obras de
análise, interpretação e avaliação crítica do principal acervo
literário do Brasil e da herança
européia".
Em entrevista à Folha, Candido disse: "Para mim, o prêmio Juca Pato é uma honra,
não apenas devido à sua importância, mas porque na sua base
estão duas entidades que foram decisivas na minha vida literária: a Folha e a Associação
Brasileira de Escritores, a ABDE, da qual a UBE é sucessora.
A partir de 1943 eu me tornei
realmente conhecido como crítico titular da Folha, e quando
se fundou a ABDE, em 1944, fui
segundo secretário na primeira
diretoria da seção paulista, da
qual fui presidente em 1949.
Além disso, ao longo dos anos o
Juca Pato vem sendo atribuído
a intelectuais de grande qualidade. Estar ao lado deles é muito desvanecedor".
O prêmio Juca Pato foi entregue pela primeira vez em
1963. Seu nome é uma homenagem ao personagem criado
pelo cartunista Belmonte para
a "Folha da Noite", jornal que
foi fundido com a "Folha da
Tarde" e com a "Folha da Manhã" para dar origem à Folha
de S.Paulo.
Livro mais recente
No ano passado, Candido relançou o livro "Um Funcionário da Monarquia - Ensaio Sobre o Segundo Escalão" (editora Ouro sobre Azul, R$ 31, 196
págs.). Para a UBE, o crítico,
por meio da história de Antônio
Nicolau Tolentino (1810-1888),
filho de lavradores que se tornou conselheiro do Tesouro no
Brasil imperial, conseguiu "caracterizar o tipo social do alto
funcionário que extravasou da
burocracia, sem, todavia, integrar o alto escalão oficial".
Nascido em 24 de julho de
1918 no Rio de Janeiro, Antonio
Candido de Mello e Souza se
formou em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia da
USP. Até 1978, foi professor titular de Teoria Literária e Literatura Comparada na mesma
universidade.
É autor, entre outros, de
"Formação da Literatura Brasileira: Momentos Decisivos"
(1959). O livro foi estopim para
uma polêmica com o escritor
Haroldo de Campos (1929-2003) em relação à importância do barroco na história da literatura brasileira. Em 1962,
Campos lançou o livro "O Seqüestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira: o
Caso Gregório de Matos".
Candidato único, o crítico literário foi apontado por 50 associados à UBE, entre eles
Lygia Fagundes Telles, Nelly
Novaes Coelho, Sábato Magaldi, Claudio Willer e Edla van
Steen. A data da cerimônia de
entrega do troféu ainda não foi
definida.
No ano passado, o vencedor
do Juca Pato foi o embaixador
Samuel Pinheiro Guimarães,
secretário-geral do Itamaraty,
por conta do livro "Desafios
Brasileiros na Era dos Gigantes" (Contraponto Editora, R$
55, 456 págs.).
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