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Coleção Folha traz longa popular nos anos 60
"Os Doze Condenados" tem Marvin e Bronson no elenco
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsável por filmes tão
diferentes quanto "A Morte
num Beijo" (1955), marco do cinema "noir", e o cultuado "O
que Aconteceu a Baby Jane?"
(1962), com Bette Davis e Joan
Crawford, Robert Aldrich pertence à "geração perdida" do cinema americano.
Tal grupo reuniu diretores
como Samuel Fuller, Budd
Boetticher e Don Siegel, que
começaram sua carreira depois
do auge do "studio system", encontraram grandes dificuldades para se estabelecer em
Hollywood, mas ainda assim
construíram uma obra sólida.
"Os Doze Condenados" é o
próximo volume da Coleção
Folha Clássicos do Cinema, nas
bancas no domingo (veja como
adquirir no quadro ao lado).
Com Lee Marvin e Charles
Bronson no elenco, o longa que
Aldrich realizou em 1967 foi
um de seus grandes sucessos de
público, mas também um de
seus filmes mais atacados.
Passado o calor do momento
histórico, no entanto, vários
críticos saíram em defesa do diretor norte-americano.
O cineasta francês Claude
Chabrol, por exemplo, afirmou
que "o filme era tão benfeito e
tão violento que foi considerado uma apologia da brutalidade, quando na verdade era o
contrário: uma virulenta propaganda antimilitarista (assassinos se convertem nos melhores soldados e vice-versa). Dialética e astúcia: o novo Aldrich
havia chegado".
Precursor de gênero
Hoje, "Os Doze Condenados"
é visto como o precursor de um
gênero: o filme de "homens em
uma missão", em que um grupo
de renegados incorrigíveis, em
plena Segunda Guerra, recebe
uma tarefa praticamente impossível de ser cumprida.
O mais recente exemplar do
gênero é novo filme de Quentin
Tarantino, "Bastardos Inglórios", que deve estrear no Brasil
em outubro e foi apresentado
no Festival de Cannes (leia
mais na pág. E8).
O volume traz ainda um texto do crítico da Folha Cássio
Starling Carlos, que contextualiza a violência na filmografia
do diretor.
"O cinema americano havia
feito parte do esforço de guerra
no envolvimento do país no
conflito de 39-45, convertendo-se em poderosa arma de
propaganda durante a fase de
combates, mas o envolvimento
norte-americano a partir de
1950 na Coreia, e de 1965 em
diante no Vietnã, acabou por
despertar também no cinema
outras reações, nem só positivas, ao belicismo", destaca ele.
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