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MEMÓRIA
Morre no Rio o artista plástico mineiro Ângelo de Aquino, 61
DA SUCURSAL DO RIO
Morreu na manhã de ontem, no Rio de Janeiro, o artista plástico Ângelo de Aquino, 61. Ele tinha câncer e estava internado na clínica São
Vicente, na Gávea (zona sul),
havia uma semana.
A obra do artista era marcada pelo debate sobre sua
própria identidade e existência, por meio de fotos, desenhos, vídeos, cartas e fragmentos de jornal.
Nascido em 1945, em Belo
Horizonte (MG), ele mudou-se aos 7 anos para o Rio, onde
se radicou com a família, e
passou a infância no Leblon
(zona sul), até ir para internato em Vassouras, no interior do Estado.
Aquino começou a aparecer para o mundo artístico
nos anos 60, quando seu
apartamento virou centro de
jovens artistas e ele também
começou a escrever poesias,
sob influência de Arthur
Rimbaud. Ficou amigo de
Hélio Oiticica e foi um dos
organizadores da Proposta
65, na Fundação Armando
Alvares Penteado, em São
Paulo, em 1965.
Em 1966, definiu-se assim:
"Afirmo que me mantenho
dentro dos limites ilimitados
da vanguarda, lutando contra regras e tabus acadêmicos".
Viveu a maior parte da vida
no Rio, mas também na Itália, nos anos 70. Nessa década, começou a atuar como artista gráfico ou fotógrafo para filmes nacionais -pelo
trabalho de cenários, letreiros, figurinos e cartaz de
"Rainha Diaba" (1974), de
Antonio Carlos Fontoura,
recebeu prêmio da Associação Paulista de Críticos da
Arte de São Paulo.
Cão Rex
Nos anos 80, iniciou uma
ponte aérea Rio-Paris, onde
se estabeleceu a partir de
1986.
Expôs na Europa e nos Estados Unidos, além do Brasil.
Em 1984, criou o personagem humorístico Cão Rex,
que o notabilizou. Em 1997,
foi lançado o livro "Em Cena
Rex: Vida de Cachorro", de
Mércia Leitão e Neide Duarte, com reproduções de sua
obra.
Sua última exposição foi
em 2004, na Casa França-Brasil (Rio), em homenagem
aos 40 anos de carreira e aos
20 anos do Cão Rex.
Seu corpo seria cremado
no cemitério Vertical Memorial do Carmo, no Caju (zona
central), às 16h de ontem.
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