São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Crítica

La Pergoletta diferencia-se de cantinas por apresentação

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

A s cantinas paulistanas têm vocação de simplicidade e bons preços, tradição nascida com as casas de massa e pizza da zona leste, criadas pelos imigrantes de um século atrás. A La Pergoletta fica na zona leste, mas não nos bairros tipicamente italianos. Serve pratos tradicionais, mas não apenas. Ao contrário das casas da região, é pequena e tem uma decoração mais do norte da Itália do que napolitana, do sul. E uma história curiosa: nasceu como filial de uma casa homônima em Florianópolis.
Mas a história começou bem antes, 20 anos atrás, com a chegada ao Brasil do milanês Elia Seganti, 45, que veio a passeio e terminou se casando e ficando. Sua família tinha restaurantes na Toscana e no Piemonte, onde ele passava férias ajudando na cozinha; de posse dessa experiência, abriu em São Paulo uma rotisseria. Depois foram três anos com um café italiano em Blumenau; e 12 anos atrás, o primeiro La Pergoletta, em Florianópolis.
Cinco anos atrás foi a vez do La Pergoletta paulistano; inicialmente rotisseria, ganhou o restaurante anexo em 2005 (um ano antes da venda da matriz catarinense). Uma casa pequena e aconchegante, com decoração toscana, lareira, quadros e objetos pelas paredes, e um forno a lenha (para assados, não pizza). Seu cardápio, com itens tradicionais e alguma coisa mais moderna, diferencia-se do das cantinas (até pela apresentação de alguns pratos, como a lasanha à bolonhesa e aos quatro queijos e o risoto de frutos do mar, em louças especiais).
As massas caseiras vão do ravióli de mussarela de búfala com molho de tomate ao exótico ravióli de carne-seca, abóbora e amaretto com sugo e pesto. Há gratinados demais. Entre as massas secas da casa, espaguete com frutos do mar e fusilli com ragu de cordeiro e aspargo. Apesar do filé muito fino, é gostoso o robalo ao vinho branco com tomate e fettuccine.
Do forno sai um pernil de cordeiro macio, embora assado demais (deveria ser fatiado depois de pronto); o prato é vistoso, mas as guarnições excessivas se sobrepõem (tortelli de abóbora, tomates recheados, batatas, mandioquinha, legumes diversos...). Como sobremesa, tiramisù e torta de limão com frutas silvestres.

josimar@basilico.com.br


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