São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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INSTITUTO TOMIE OHTAKE

Coleção Sattamini desvela panorama da arte brasileira

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nos tempos em que Nuno Ramos era expressionista, Carlos Vergara era pop e Hélio Oiticica fazia desenhos bidimensionais, João Sattamini já colecionava arte, e parte de sua coleção pode ser apreciada a partir de hoje no instituto Tomie Ohtake, mostrando várias dessas relíquias.
Rara oportunidade de ver a trajetória que os artistas percorreram até consolidar sua produção como a conhecemos hoje, a exposição traça um panorama da arte brasileira dos últimos 50 anos, sob curadoria de Guilherme Bueno (do MAC-Niterói, que abriga a coleção Sattamini em regime de comodato desde 1996 -são mais de 1.200 peças).
Dividida em três salas, apresenta a abstração geométrica e informal dos anos 50 até o início dos 60; o experimentalismo dos anos 60 a 70; e a volta à pintura e neoconceitualismo dos anos 80 e 90. Mas a cronologia não é seguida à risca, possibilitando, por exemplo, a inclusão de tela recente de Hércules Barsotti na primeira sala, frisando a permanência de poéticas independente das tendências dominantes.
Na segunda sala, o poderoso trabalho "Repressão Outra Vez: Eis o Saldo" (1968), de Antonio Manuel, é colocado em frente a pinturas de Jorge Guinle, "como uma acareação", brinca Bueno, "para opor o hedonismo da pintura que surge com a reabertura ao cerebralismo que predominou durante a ditadura". (JMo)


O MAPA DO AGORA. Quando: vernissage hoje, às 19h; de ter. a dom., das 11h às 20h. Até 3/11. Onde: instituto Tomie Ohtake (av. Faria Lima, 201, SP, tel. 0/xx/11/6844-1900). Grátis. Patrocinador: Petrobras.



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