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TV PAGA
Empresa norueguesa se une a operadoras brasileiras para implantar tecnologia; opção amplia faixa de consumidores
Sistema "pay-per-view" em "raspadinha" chega ao Brasil
FERNANDA DANNEMANN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Primeiro foi o "celular de cartão". Agora, chega a vez da "TV a
cabo de cartão". Uma empresa
norueguesa se associou a duas
operadoras de TV por assinatura
no Brasil para implantar um sistema digitalizado que permitirá a
venda de eventos em "pay-per-view" por meio de cartões que o
assinante comprará em pontos-de-venda espalhados pela cidade.
Ainda neste ano, Campos de Goytacazes e Macaé, no litoral norte
do Rio de Janeiro, e Uberlândia
(MG) serão os primeiros municípios a desfrutar do sistema, numa
fase de três meses de teste.
"Essa tecnologia vai tornar a TV
paga acessível a outras classes que
não a A e a B. O assinante compra
um pacote básico de canais a um
preço menor e complementa sua
programação comprando seus
canais prediletos e eventos avulsos, como filmes e shows, conforme o bolso. É uma alternativa a
pagar uma mensalidade alta e ter
60 canais dos quais ele só vai assistir a quatro ou cinco", diz Ricardo
Pirola, gerente-geral da Conax,
empresa que traz a "raspadinha".
Em Campos de Goytacazes, o
sistema será operado pela Viacabo, que atua em oito Estados com
um total de 60 mil assinantes. "A
tecnologia já foi implantada em
países com perfil socioeconômico
semelhante ao do Brasil, como a
Índia. Lá, somente uma das operadoras que trabalham com esse
sistema tem 2,5 milhões de assinantes. É mais da metade do total
de toda a TV paga daqui", diz Antônio Salles, diretor de tecnologia
da empresa. Em Uberlândia, o sistema será implantado pela Image
TV, que atua em Araguari, com
cerca de 30 mil assinantes.
Depois de raspar o código do
cartão que acabou de comprar na
banca de jornal ou numa lotérica,
o assinante manda um torpedo
via celular informando o número
do código à central da operadora.
Três minutos depois, o decodificador de sua casa é habilitado a
receber as imagens. "O assinante
ainda economiza com os custos
da ligação, já que o envio de uma
mensagem SMS custa, em média,
R$ 0,31, e levará somente o tempo
de passar o código para a central.
Já para um terminal de atendimento, o minuto custa cerca de
R$ 0,35, e o tempo médio é de 20
minutos", diz Pirola.
Ainda não há preço estipulado
para os cartões. Segundo Salles,
vai variar de acordo com a programação oferecida por cada cartão e com as promoções das operadoras. "Os preços serão compatíveis com as classes que serão o nosso alvo." Já os pacotes básicos,
oferecidos pelas operadoras, deverão ter, no mínimo, 30 canais.
Mas a oferta de eventos esportivos
vai depender de acordos no mercado de conteúdo de esportes.
O período de testes servirá para
que as operadoras estipulem, junto com as programadoras -que
fornecem o conteúdo- o que cada cartão oferecerá, além de definir os pontos-de-venda. Em países como Alemanha e Noruega, a
compra é feita em agências dos
correios, bancas de jornais e farmácias. Outra idéia é que os cartões também sorteiem prêmios.
Segundo a Associação Brasileira
de TV por Assinatura (ABTA), o
mercado brasileiro é caracterizado por operadoras de pequeno e
médio porte, que operam em cidades distantes. Das cerca de 150
operadoras no país, mais de 140 se
enquadram na definição. A idéia é
que as "raspadinhas" ampliem o
número de assinaturas e gerem
mais receita por meio da possibilidade de intercâmbio de serviços
entre operadoras e redes de telefonia, que dividirão o valor arrecadado com as ligações. E o combate à pirataria é outro ganho.
"Como a Conax fornece tecnologia de segurança para sistemas de
jogos on-line de cassinos, tem
condições de nos disponibilizar
um sistema seguro", diz Salles.
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