São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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Dil Maquinista alavanca audiência do "Zorra Total"

ROBERTO KAZ
DE SÃO PAULO

O "Zorra Total", humorístico das noites de sábado da Globo, registrou aumento de quatro pontos no Ibope desde janeiro, chegando aos atuais 26 pontos em julho (cada ponto equivale a 58 mil televisores na Grande São Paulo).
O crescimento do programa, que existe há 12 anos e acaba de chegar ao episódio de número 600, é atribuído, em grande parte, ao quadro "Metrô Zorra Brazil".
O esquete recém-criado reúne todos os personagens em um vagão de metrô, comandado por Dil Maquinista, uma imitação da presidente Dilma Rousseff.
Cada estação do metrô é um assunto em pauta na semana, satirizado pela condutora. Explosão de bueiros do Rio de Janeiro e denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes apareceram em episódios recentes.
O esquete foi criado por Maurício Sherman, diretor do programa, com passagens anteriores pelo "Fantástico" e "Domingão do Faustão".
O roteirista Gugu Olimecha, responsável pela redação final, diz que, quando a ideia era embrionária, chegou-se a pensar em juntar os personagens em um ônibus, eternamente parado no trânsito de São Paulo.
"Mas o metrô é mais abrangente por pegar todas as classes sociais", explicou. Na opinião de Olimecha, o humor do programa, que também tem satirizado o ex-presidente Lula - qual aposentado, ele aparece vestindo pijamas-, "ficou um pouco mais político, sofisticado".
Mas faz uma ressalva importante: "O 'Zorra' continua sendo um programa essencialmente popular".

BORDÃO
Olimecha aponta que programas de humor mais populares são baseados em tipos caricatos, que dependem de bons bordões.
E, recentemente, uma frase -"Ai, como eu tô bandida!"-, dita pela personagem Valéria, virou febre nacional, ganhando uma versão em funk e paródias anônimas na internet.
Valéria, uma transexual "operada", como faz questão de enfatizar, é interpretada pelo comediante Rodrigo Sant'Anna, que já costumava usar uma variação da frase em suas apresentações de "stand-up comedy".
"Eu falava: 'Ai, como eu tô piranha!'. Mas na televisão mudei para o 'bandida', que fica menos agressivo", explicou o ator.
O comediante Fabio Porchat, ex-integrante da atração, diz que desde o bordão "Vem cá, te conheço?", cunhado pela atriz Maria Clara Gueiros, o "Zorra Total" não emplacava uma frase de efeito com tanto sucesso.
"E agora todo mundo usa o 'Ai, como tô bandida!'. O povo quer repetir na rua o que vê na TV", diz Porchat.
Cláudio Torres Gonzaga, ex-redator final do programa, atualmente participando de "A Grande Família", concorda: "O brasileiro gosta desses bordões, para usar nas suas piadas, no dia a dia".


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